Interpreta Jesus Cristo mas não acredita em religião
Os actores brasileiros Carlos Eduardo Cardoso de Azevedo, mais conhecido por Dudu Azevedo, e Dayenne Proença Mesquita, conhecida nas lides artísticas como Day Mesquita, que na novela "Jesus", da TV Record, interpretaram as personagens bíblicas Jesus Crist
Em entrevista exclusiva ao
Jornal de Angola Dudu Azevedo fez uma revelação bombástica, que pode, de certa forma, abalar os pilares da fé dos mais sensíveis. “Não professo nenhuma religião por ser uma forma de encurtar o legado infinito de Deus deixado aos homens, através de Jesus Cristo”, salientou o actor, referindose ao amor e ao perdão.
Dudu Azevedo, que revelou ter um grande afecto por Angola, por causa de um angolano, Gregório, que foi muito amigo do seu falecido pai, disse que quando se atribui a fé a uma doutrina religiosa, acaba-se, sem querer, por colocá-la dentro de algo fechado. “A minha fé é infinita. Ela permite-me trafegar por todos os lugares, compreender, respeitar, conviver e abraçar todas as pessoas, independentemente das suas diferenças”, realçou.
Dividido entre a música, cinema e telenovela, o actor não se imagina, um dia, caminhar só com uma delas, pois diz sentir-se completo com as três profissões.
“Todas essas actividades se complementam”, referiu, para acrescentar que a música complementa objectiva e subjectivamente o seu trabalho como actor, pois ajuda-o a compreender, de uma maneira mais refinada, a música dos textos e a métrica de como falam os textos.
O cinema, prosseguiu, dá-lhe uma satisfação e experiência diferentes, se comparado com as novelas. O actor, que visitou Angola pela primeira vez, admitiu saber pouco sobre o país, mas disse conhecer a ligação histórica existente entre Brasil e Angola. “Foi uma oportunidade muito gratificante para mim conhecer Angola e ser recebido com muito carinho, respeito e admiração pelo trabalho que faço”, sublinhou, tendo acrescentado que o povo angolano é muito simpático.
O actor começou a actuar com 12 anos, mas é a partir dos 21 que começa a levar a arte de contracenar a sério. Disse que sobrevive da profissão de actor e não se imagina, um dia, fazer outra coisa. “Eu vivo e respiro a arte. Não me imagino um dia trabalhar numa repartição pública ou num banco, porque não tenho vocação para isso. Eu nasci para fazer arte”, ressaltou.
Acrescentou que recebeu o convite para interpretar Jesus Cristo com muita emoção. Disse que interpretar uma figura que funciona como a direcção da humanidade foi uma grande oportunidade na sua carreira. “Nunca pensei que fosse um dia fazer essa personagem”, concluiu.