Jornal de Angola

A África do Sul e o CAN

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Fiquei surpreendi­do com a grande exibição da África do Sul no jogo com a toda-poderosa selecção do Egipto. Acredito que poucos, muito poucos, acreditava­m que a África do Sul pudesse eliminar o Egipto no seu país e perante muitos milhares de espectador­es. A África do Sul mostrou no jogo com os “faraós” como se deve jogar em alta competição. Penso que os sul-africanos não entraram em campo pressionad­os. Eles não eram obrigados a ganhar. Estavam à vontade e mostraram que afinal sabem jogar bom futebol. Os egípcios, esses sim, tinham a obrigação de vencer o jogo. Vimos uma África do Sul sem medo em campo e que não tremeu perante os craques egípcios e perante os milhares de espectador­es que apoiavam os faraóis. Acho que foi feito um bom trabalho psicológic­o juntos dos jogadores sul-africanos. O Campeonato Africano de Futebol tem sido marcado por algumas grandes surpresas. O Madagáscar, contra todas as previsões, saiu em primeiro lugar no seu grupo, o Benin eliminou o Marrocos nos oitavos de final e a África do Sul, numa noite memorável, afasta o Egipto. Como angolano, gostava que a nossa selecção nacional jogasse também ao mais alto nível. Quem vai a um campeonato africano deve estar bem preparado. A alta competição não se compadece com desorganiz­ação. Já não estamos mais a ganhar experiênci­a. Pelo tempo que andamos na alta competição já devíamos ter uma grande selecção.

Que se aposte nos jovens, para um dia podermos superar qualquer selecção do continente em qualquer estádio. Que se apoiem também os treinadore­s que estão nos escalões de formação. Os resultados só aparecerão se houver um bom trabalho na base. Não podemos construir um edifício a partir do telhado. Que se preste maior atenção à formação de jovens jogadores. Que haja verbas nos clubes para se formarem jovens jogadores. LAURINDO JOÃO Camama

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