Divergências étnicas fazem mais 23 mortos
Pelo menos 23 pessoas morreram e 35 ficaram feridas, sábado, num ataque contra uma povoação da etnia fula em Ouenkoro, no centro do Mali, disseram fontes locais. No ataque terão sido utilizadas “armas pesadas”, explicaram as fontes, citadas pela agência espanhola, Efe, que referem que dezenas de pessoas continuam desaparecidas.
A comunidade fula coloca a responsabilidade deste ataque, perpetrado por um grupo não identificado, nos caçadores tradicionais dozos, com quem têm travado um violento conflito étnico.
Várias fontes consultadas pela Efe referem terem havido confrontos e troca de ameaças entre as duas etnias noutras localidades, mas até agora o Governo do Mali ainda não comentou este ataque. Na semana passada, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, de forma unânime, a extensão do mandato da sua missão no país - Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA) - por mais um ano, colocando a redução da violência inter-comunitária como uma das suas prioridades.
As tensões entre fulas e dozos, no centro do país, aumentaram há quatro anos, com o conflito a ser maioritariamente impulsionado pela disputa de terras. De acordo com a MINUSMA, em Março, um massacre conduzido por dozos na aldeia de Ogossagou matou pelo menos 157 membros de uma comunidade fula. Para a MINUSMA, o massacre de Março foi “planeado, organizado e coordenado”, e por isso pode ser qualificado como “crime contra a humanidade”.