Seropositivas dão à luz crianças livres do VIH
Programa de prevenção da transmissão vertical com resultados animadores em comunidades do Cuando Cubango
Pelo menos seis crianças que nasceram de mães seropositivas na província do Cuando Cubango, de Janeiro a Maio deste ano, foram declaradas livres do VIH/Sida, devido ao programa de prevenção da transmissão vertical (PTV).
A informação foi avançada na cidade de Menongue, pela chefe de Departamento Provincial da Saúde Pública, Cristina Luísa, durante um workshop em alusão à abertura oficial no Cuando Cubango da campanha “Nascer livre para brilhar”.
Cristina Luísa explicou que as autoridades sanitárias na província fizeram todos os testes e um acompanhamento cuidadoso que comprovaram que as seis crianças que nasceram de mães seropositivas estão livres do VIH/Sida, graças à adesão das mulheres grávidas ao programa de prevenção de transmissão vertical.
Salientou que de Janeiro a Maio deste ano 4.323 mulheres grávidas aderiram aos testes de VIH/Sida, das quais 173 foram diagnosticadas com a doença e submetidas ao PTV.
Realçou que, durante o período em referência, 42 gestantes seropositivas deram à luz e os bebés estão a receber regularmente assistência médica e medicamentosa, para se determinar, nos próximos dias, o estado serológico.
Cristina Luísa fez saber que, no quadro da prevenção da transmissão do VIH/Sida de mãe para filho, as autoridades sanitárias na província do Cuando Cubango realizaram, de 2015 a 2018, um total de 7.501 testes em mulheres grávidas, com 1.740 resultados positivos.
Acrescentou ainda que no período em referência das 1.740 diagnosticadas com o VIH/Sida 1.632 aderiram ao tratamento com anti-retroviral e à prevenção de transmissão vertical, o que fez com que 88 crianças nascessem sem a doença.
Cristina Luísa destacou que neste momento 209 crianças encontram-se a receber tratamento anti-retroviral, porque as mães não cumpriram com rigor a prevenção de transmissão vertical.
Poligamia e poliandria
A vice-governadora do Cuando Cubango para o Sector Político, Social e Económico, Sara Luísa Mateus, disse que a campanha “Nascer livre para brilhar” constitui uma grande responsabilidade do Executivo angolano e de toda a sociedade, visando a diminuição significativa dos casos de VIH/Sida em Angola.
Segundo a governante, a poligamia e a poliandria são as principais causas do aumento do índice de VIH/Sida no país e em geral no continente africano. Sublinhou que muitos jovens e adultos têm vários parceiros, sendo um procedimento que tem estado a contribuir para a propagação da doença.
“Apesar de todos os cidadãos estarem sujeitos à transmissão de VIH/Sida, pela relação sexual e outras vias, é necessário, quando estivermos infectados, aderir ao tratamento e não contaminar deliberadamente outras pessoas”, disse. Sara Luísa Mateus defendeu a necessidade de todos os cidadãos angolanos se empenharem na passagem da informação, para que o Executivo angolano possa cumprir as metas estabelecidas pela campanha “Nascer livre para brilhar”, visando reduzir a transmissão de VIH/Sida.