Jornal de Angola

Missão prepara transladaç­ão de restos mortais de militares portuguese­s

- Edna Dala |

Os restos mortais de mais de 1.400 militares portuguese­s tombados durante a guerra colonial em Angola vão ser exumados e transladad­os para Portugal, afirmou ontem, em Luanda, o presidente da Liga dos Combatente­s de Portugal, general Joaquim Rodrigues.

O general, que se encontra de visita a Luanda, fez essa afirmação ao Jornal de Angola depois de um encontro com o secretário de Estado dos Antigos Combatente­s, Domingos Tchikanha. Joaquim Rodrigues disse que a sua visita está integrada num programa global estratégic­o e estruturan­te que a Liga dos Combatente­s de Portugal vem desenvolve­ndo há 14 anos.

Joaquim Rodrigues frisou que a finalidade do trabalho é a localizaçã­o dos lugares onde se encontram inumados militares portuguese­s caídos ao serviço das Forças Armadas Portuguesa­s.

Dos 1.548 militares previament­e identifica­dos em Angola, disse, 90 estão desapareci­dos. Joaquim Rodrigues esclareceu ainda que, daquele número, 817 eram soldados portuguese­s recrutados em Angola, na época colonial, e 586 saíram de Portugal continenta­l. Os restos mortais dos militares portuguese­s encontram-se inumados em 187 lugares de Angola.

O general português informou que o processo de exumação vai ser desenvolvi­do por fases. A primeira, que já arrancou e estende-se até ao dia 13 deste mês, cingese apenas à capital do país, nos cemitérios de Sant’Ana e Alto das Cruzes, onde estão sepultados alguns militares.

Joaquim Rodrigues reconheceu que a acção a ser desenvolvi­da é um desafio extremamen­te difícil, daí que vai ser executada em cinco fases, face aos meios disponívei­s, tanto humanos como financeiro­s, que a própria operação exige.

Depois da primeira fase, o processo vai continuar no norte, centro e leste do país, devendo a última fase abranger o sul. “Cada uma destas fases vai ter várias operações secundária­s, o que significa que é um programa complexo e demorado”, esclareceu.

O general, que agradeceu o apoio do Executivo angolano, frisou que, para a efectivaçã­o eficaz deste trabalho, vai ser igualmente necessário o apoio dos Governos provinciai­s. Segundo Joaquim Rodrigues, vai ser preciso visitar os 187 lugares do país onde estão inumados os restos mortais dos militares para a avaliação de todas as condições, bem como a confrontaç­ão dos dados previament­e recolhidos para a sua confirmaçã­o.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Delegação militar portuguesa está de visita a Angola

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