Sindicato defende ajuste salarial ao tempo de serviço
O Executivo deve considerar e fazer constar o tempo de serviço dos professores na tabela salarial, para diferenciar os que estão prestes a concluir a carreira de quadros dos que ingressam, pela primeira vez, no sector da Educação. A posição foi defendida pelo presidente do Sindicato Nacional de Professores (Sinprof) Guilherme Silva, durante o encerramento VI assembleia provincial de renovação de mandatos do secretariado, realizado na sextafeira no Sumbe, província do Cuanza-Sul.
Guilherme Silva defendeu a necessidade de definir-se políticas públicas sociais e deixar-se de olhar para o sector da Educação como um enteado que sobrevive de migalhas ou restos dos outros.
O responsável diz não entender o porquê que a verba destinada ao sector da Educação continua a ser baixa. Admitiu que o Sinprof vai continuar a defender a liberdade sindical e o direito à greve, onde os interesses dos professores e de alunos, em busca melhores condições de trabalho e remuneração, serão o cavalo de Tróia.
Durante a sua intervenção, o presidente do Sinprof referiu-se aos problemas de professores com um e dois tempos lectivos semanais, que são formados em Gestão de Empresas, mas leccionam a iniciação, 1ª classe, inglês, e que existem docentes do 6º escalão colocados na área administrativa.
“Temos ainda professores sem horário e que recebem salários. Outros recebem guias de marcha com dados contraditórios. Os docentes devem deixar a vaidade e a arrogância de lado, pois devem passar a dialogar e a ouvir mais, serem transparentes, exigirem rigor no trabalho e determinação”, notou.
O presidente do Sinprof pediu aos delegados e gestores escolares no sentido de combaterem os técnicos que possuem certificações duvidosas e os docentes que contratam outros para darem aulas no seu lugar ou que confundem o sector da Educação com assuntos partidários. Admitiu que tais situações têm contribuído para a má qualidade do ensino.
Para ele, um sindicalista deve saber ser e estar para servir de exemplo para os outros, incentivando, no seio da sua escola ou local de trabalho, assiduidade, pontualidade e dedicação. Lembrou que o exercício sindical é fortalecido na base e dentro dos pressupostos da lei e da Constituição da República, o que só é possível com um professor motivado para exercer a cidadania, como sendo parte básica da democracia.
Guilherme Silva pediu aos delegados presentes para aprimorarem os conhecimentos sobre o uso das novas tecnologias, para facilitar a comunicação e a informação entre os secretariados e os associados.
Novos secretário do Sinprof
O novo secretário provincial do Sinprof no Cuanza-Sul, Manuel Joaquim Kalundo, que substituiu no cargo o professor Celestino Kalembe Lutukuta, garantiu dar continuidade ao programa do seu antecessor, relativamente aos processos que decorrem entre o Sinprof e o Gabinete Provincial da Educação, Ciência e Tecnologia.
Manuel Joaquim Kalundo fez saber que o momento é de consolidar as acções até aqui conquistadas, ao olhar para aquilo que foram os desafios do sindicato na edificação dos secretariados municipais e os representantes comunais.
Como desafio, anunciou a construção, ainda este ano, do centro de saúde para os professores filiados no Sinprof e outros projectos que vão reger o mandato ora assumido. O Sindicato de Professores no Cuanza-Sul controla mais de 10 mil filiados.