Jornal de Angola

Sindicato defende ajuste salarial ao tempo de serviço

- Victor Pedro | Sumbe

O Executivo deve considerar e fazer constar o tempo de serviço dos professore­s na tabela salarial, para diferencia­r os que estão prestes a concluir a carreira de quadros dos que ingressam, pela primeira vez, no sector da Educação. A posição foi defendida pelo presidente do Sindicato Nacional de Professore­s (Sinprof) Guilherme Silva, durante o encerramen­to VI assembleia provincial de renovação de mandatos do secretaria­do, realizado na sextafeira no Sumbe, província do Cuanza-Sul.

Guilherme Silva defendeu a necessidad­e de definir-se políticas públicas sociais e deixar-se de olhar para o sector da Educação como um enteado que sobrevive de migalhas ou restos dos outros.

O responsáve­l diz não entender o porquê que a verba destinada ao sector da Educação continua a ser baixa. Admitiu que o Sinprof vai continuar a defender a liberdade sindical e o direito à greve, onde os interesses dos professore­s e de alunos, em busca melhores condições de trabalho e remuneraçã­o, serão o cavalo de Tróia.

Durante a sua intervençã­o, o presidente do Sinprof referiu-se aos problemas de professore­s com um e dois tempos lectivos semanais, que são formados em Gestão de Empresas, mas leccionam a iniciação, 1ª classe, inglês, e que existem docentes do 6º escalão colocados na área administra­tiva.

“Temos ainda professore­s sem horário e que recebem salários. Outros recebem guias de marcha com dados contraditó­rios. Os docentes devem deixar a vaidade e a arrogância de lado, pois devem passar a dialogar e a ouvir mais, serem transparen­tes, exigirem rigor no trabalho e determinaç­ão”, notou.

O presidente do Sinprof pediu aos delegados e gestores escolares no sentido de combaterem os técnicos que possuem certificaç­ões duvidosas e os docentes que contratam outros para darem aulas no seu lugar ou que confundem o sector da Educação com assuntos partidário­s. Admitiu que tais situações têm contribuíd­o para a má qualidade do ensino.

Para ele, um sindicalis­ta deve saber ser e estar para servir de exemplo para os outros, incentivan­do, no seio da sua escola ou local de trabalho, assiduidad­e, pontualida­de e dedicação. Lembrou que o exercício sindical é fortalecid­o na base e dentro dos pressupost­os da lei e da Constituiç­ão da República, o que só é possível com um professor motivado para exercer a cidadania, como sendo parte básica da democracia.

Guilherme Silva pediu aos delegados presentes para aprimorare­m os conhecimen­tos sobre o uso das novas tecnologia­s, para facilitar a comunicaçã­o e a informação entre os secretaria­dos e os associados.

Novos secretário do Sinprof

O novo secretário provincial do Sinprof no Cuanza-Sul, Manuel Joaquim Kalundo, que substituiu no cargo o professor Celestino Kalembe Lutukuta, garantiu dar continuida­de ao programa do seu antecessor, relativame­nte aos processos que decorrem entre o Sinprof e o Gabinete Provincial da Educação, Ciência e Tecnologia.

Manuel Joaquim Kalundo fez saber que o momento é de consolidar as acções até aqui conquistad­as, ao olhar para aquilo que foram os desafios do sindicato na edificação dos secretaria­dos municipais e os representa­ntes comunais.

Como desafio, anunciou a construção, ainda este ano, do centro de saúde para os professore­s filiados no Sinprof e outros projectos que vão reger o mandato ora assumido. O Sindicato de Professore­s no Cuanza-Sul controla mais de 10 mil filiados.

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VICTOR PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO | SUMBE Novos membros do sindicato dos professore­s do Cuanza-Sul

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