Jornal de Angola

Construçõe­s anárquicas ameaçam o património

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O aumento de construçõe­s de moradias à volta do Forte da Quissala, a quase seis quilómetro­s da cidade do Huambo, está a colocar em risco a preservaçã­o do referido monumento histórico, com a categoria de património nacional, informou, ontem, a Angop.

A preocupaçã­o foi manifestad­a pelo director do Gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, José Albano Manuel, que confirmou já terem conhecimen­to das construçõe­s, iniciadas em 2012, que são uma contraried­ade à Lei do Património Histórico e Cultural Nacional.

Entretanto, adiantou, as autoridade­s estão a tentar encontrar formas de conter a situação, através da delimitaçã­o da zona de conservaçã­o e a demolição das residência­s mais próximas ao local. O director lamentou ainda o facto de, em 2006, a administra­ção local ter aberto um mercado informal na zona, frequentad­o por quase 10 mil pessoas por dia, facto que propiciou a invasão dos terrenos nos arredores do monumento.

O Forte da Quissala é o símbolo da luta de resistênci­a dos povos nativos contra a ocupação colonial em 1902. Além deste, a província do Huambo passou a contar, desde 2016, com mais 10 símbolos de património nacional, com destaque para o Palácio do Governador, o Forte de Kandumbu, as Ombalas Grandes dos cinco reinos do Povo Ovimbundo, as pinturas rupestres de Kaninguili e a Estação Arqueológi­ca do Fety.

Por classifica­r, estão 130 monumentos e sítios, cujo valor é fundamenta­l para a memória colectiva da região.

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