Candidatos ao título caem sem convencer adeptos
Nigéria e Argélia reforçam a confiança na conquista do troféu apesar da oposição de adversários como os Bafana Bafana da África do Sul
A eliminação do Egipto, país organizador, e dos Camarões, detentor do título, bem como a queda do favorito Marrocos, aos pés do modesto Benin, são os destaques dos oitavos-de-final da Taça de África das Nações em futebol, concluídos ontem.
Com base na chave e cruzamentos resultantes do sorteio, nada fazia prever que os Faraós egípcios fossem afastados tão cedo da prova continental que acolhem pela quinta vez. Contra todas as expectativas, a ambição de reforçar a hegemonia do palmarés, por via da conquista do oitavo troféu, acabou frustrada de forma abrupta, por uma discreta África do Sul, o mais improvável “vilão” atravessado no caminho dos anfitriões.
A tendência das análises puxam, quase sempre, para a perspectiva do favorito que surpreendeu pela negativa, dada a impotência na hora de concretizar o esperado triunfo. Todavia, na noite em que se apagaram as luzes do Estádio Internacional do Cairo e gelaram a euforia de mais de 90 milhões de habitantes, emergiram os Bafana Bafana, verdadeiros “bons rapazes”, que, livres de qualquer pressão, souberam explorar até a sobranceria do adversário, pois, chegados à segunda fase, à custa do deslize dos Palancas Negras, eram tidos como saco de pancada.
Orientada pelo inglês Stuart Baxter, a selecção sul-africana mostrou o futebol até então escondido. Com solidez na defesa e rapidez na saída para o ataque, preferencialmente em transições rápidas, após o adversário perder a bola em acção ofensiva, afastou os Faraós da sua baliza.
Numa altura em que os adeptos desesperavam nas bancadas e diante dos ecrãs gigantes espalhados pelo país, face ao retardar do grito de golo Thembinkosi Lorch, isolado por Lebo Mothiba, sentenciou, aos 85 minutos, o afastamento do Egipto, selecção que nunca conseguiu se impor aos adversários, mesmo com o pleno de vitórias no Grupo A, no qual teve a concorrência do Uganda, Congo Democrático e Zimbabwe.
Fim da era Aguirre
A queda com estrondo dos Faraós produziu consequências imediatas. Depois de assumir a responsabilidade do fracasso, no final do jogo, o técnico mexicano Javier Aguirre, contratado há quase um ano, em substituição do argentino Hector Cuper, depois da presença no Mundial da Rússia, teve a confirmação da saída do cargo, por incumprimento dos objectivos.
Outro rosto visível na desolação egípcia é o craque Mohamed Salah, visto de maneira intermitente no CAN, ao ponto de a equipa ser liderada por Amr Warda, Mohamed Elneny e Mahmoud Trezeguet. Para os adeptos, o jogador pagou a factura da época desgastante ao serviço do Liverpool de Inglaterra, que culminou com a conquista do sexto troféu da Liga dos Clubes Campeões europeus.