Leões domados antes do início da competição
devido aos atrasos registados nas obras dos estádios e falta de capacidade de resposta da rede hoteleira, uma vez a prova ter passado de 16 para 24 selecções, os Camarões encararam a defesa do troféu algo fragilizado. Arriscaram a desqualificação, pela demora na viagem ao Egipto, consequência da greve dos jogadores, a reivindicar o pagamento de prémios.
Num estágio embrionário da carreira de treinador, Clarence Seedorf, antigo médio defensivo holandês, referenciado ao serviço do AC Milan, assumiu o desafio de conduzir os Leões Indomáveis ao sucesso. O objectivo foi frustrado pelas Super Águias da Nigéria, às ordens do alemão Gernot Rohr, com o triunfo (3-2), no jogo mais equilibrado dos oitavos-de-final.
Diante da força ofensiva dos nigerianos, bem servidos no ataque por Alex Iwobi e Odion Ighalo, jovens que apoiam o experiente Ahmed Musa, no desafio de conquista do título, como forma de honrar a memória de Stephen Keshi, antigo treinador, os reflexos do seguro guarda-redes André Onana, do Ajax de Amsterdão, de nada valeram aos Camarões.
Estrondosa foi igualmente a queda dos Leões do Atlas de Marrocos, 100 por cento vitoriosos no Grupo D. A organização defensiva dos Esquilos do Benin, orientados por Michel Dussuyer, contrariou o favoritismo da armada de Hervé Renard, o caçador de troféus – campeão à frente da Zâmbia e da Costa do Marfim -, que deixa assim a prova órfã da sua mítica camisa branca.
A passagem do Madagáscar pelo Congo Democrático é empolada apenas porque os malgaxes fazem a primeira aparição no CAN. O futebol praticado, com apoio pessoal do Presidente da República, Andry Rajoelina, líder do “movimento espontâneo” que traz adeptos do país ao Egipto, deixa os Bareas à vontade, diante dos adversários.
Esperado foi também o apuramento da Argélia, na discussão do passe com a Guiné Conacri. Os argelinos vincaram supremacia sob o peso de um contundente 3-0, enquanto o Senegal ficou pela margem mínima (1-0), diante do Uganda.