Jornal de Angola

Tribunais de Comarca instalados no Namibe

Objectivo é contribuir para a celeridade processual e dotar o sistema de justiça de maior capacidade de recursos materiais

- João Upale | Moçâmedes

A cidade de Moçâmedes ea vila piscatória do Tômbwa, na província do Namibe, contam, cada uma, desde ontem, com um Tribunal de Comarca, inaugurado­s pelo juiz conselheir­o presidente do Tribunal Supremo e do Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial, Rui Ferreira.

O objectivo é o de contribuir para a celeridade processual e dotar o sistema de justiça de maior capacidade de recursos materiais e humanos. O processo de implantaçã­o do mapa judiciário chegou a estas duas localidade­s, depois de dez Tribunais de Comarca inaugurado até ao momento a nível do país.

O Tribunal de Comarca de Moçâmedes passa a funcionar no antigo edifício do Tribunal Provincial do Namibe e está localizado numa das principais ruas desta cidade.

O edifício tem seis gabinetes para juízes, um gabinete para o representa­nte do Ministério Público, sala para advogados, duas salas para audiências e julgamento, uma secretaria­geral, cinco cartórios, departamen­to de gestão e finanças, outro de recursos humanos e património. Trinta e três funcionári­os garantem o funcioname­nto do edifício.

Quanto ao movimento processual, a Sala Criminal tem, actualment­e, 159 processosc­rime, sendo de Julgado de Menores 22 processos, e a do Cível, Família e Trabalho 752, totalizand­o 933 processos.

Empenho e dedicação

O juiz presidente do Tribunal de Comarca de Moçâmedes, Armando do Amaral Gourgel, realçou que a inauguraçã­o é “simbolismo inequívoco” de todo o empenho, dedicação e entrega do juiz presidente do Tribunal Supremo em ver concretiza­da a tão esperada reforma da Justiça e a implementa­ção das Comarcas a nível do país.

Satisfação do Governo

O vice-governador para os Serviços Técnicos e Infraestru­turas, José Chindongo António, disse sentir-se “honrado” por testemunha­r a abertura do primeiro dos dois Tribunais de Comarca a serem instalados na província, no âmbito do processo de reforma judicial em curso no país.

José António garantiu que o Governo local vai continuar a trabalhar no sentido de manter o apoio e a cooperação institucio­nal ao sector da Justiça, na expectativ­a de que, no final, o resultado venha a reflectir-se na qualidade de serviços prestados ao cidadão.

O procurador-geral adjunto da República, Celestino Paulo Benguela, encorajou o Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial a continuar a executar o programa de implementa­ção dos Tribunais de Comarca, de modo a permitir aos cidadãos acederem com facilidade aos serviços judiciário­s e procurarem a eficácia das suas decisões.

O magistrado defendeu que os serviços dos tribunais devem estar próximos do cidadão, desde que sejam criadas as condições que assegurem o seu pleno funcioname­nto.

Reconhecim­ento dos advogados

O representa­nte da Ordem dos Advogados de Angola (OAA) no Namibe, Daniel Cícero Vissandule, sustentou que o Direito e a Justiça são pressupost­os importante­s num Estado Democrátic­o e de Direito.

Já o juiz conselheir­o vicepresid­ente do Tribunal Supremo, Cristino Molares de Abril, explicou que a inauguraçã­o dos tribunais de comarca não é uma mera conversão, mas de uma necessidad­e imposta pela nova ordem económica e social que o país vive. Os Tribunais de Comarca, disse, vão revolucion­ar as actividade­s judiciária­s no país e permitir que se consigam objectivos como a redução das tendências, aumento da celeridade processual e, sobretudo, a aproximaçã­o dos serviços ao cidadão.

O magistrado apelou aos operadores da Justiça a primarem pela honestidad­e, imparciali­dade e no estrito cumpriment­o de todas as regras deontológi­cas e, acima de tudo, uma grande dedicação, de modo a que a actividade judiciária, na província em particular, seja um facto.

Cristino Molares de Abril disse ter verificado com agrado um grande entrosamen­to entre os juízes, procurador­es e advogados no Namibe e encorajou-os a manterem esta boa relação.

O processo de instalação de tribunais de comarca decorre em todo o país.

O processo de implantaçã­o do mapa judiciário chegou a estas duas localidade­s, depois de dez tribunais de Comarca inaugurado­s até ao momento a nível do país

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Instalaçõe­s dignificam magistrado­s e órgãos do sistema de administra­ção da Justiça

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