Jornal de Angola

Liga lusa identifica campas de militares

- Edna Dala

A Liga dos Combatente­s da República Portuguesa deu ontem início, nos cemitérios do Alto das Cruzes e de Sant’Ana, em Luanda, o processo de localizaçã­o e identifica­ção dos restos mortais de militares portuguese­s que tombaram em Angola durante a guerra colonial.

O processo, denominado “Operação Embondeiro”, conta com o apoio do Ministério angolano dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria. Esta primeira fase estende-se até ao próximo sábado.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final de uma visita ao Cemitério do Alto das Cruzes, o presidente da Liga dos Combatente­s Portuguese­s, general Joaquim Rodrigues, afirmou que foram identifica­dos alguns jazigos de soldados portuguese­s e um ossário com capacidade para receber mais restos mortais de militares tombados em Angola.

O general esclareceu que o processo de transladaç­ão dos restos mortais dos militares portuguese­s será interno e não externo. O repatriame­nto dos restos mortais, disse, só deverá ser feito a pedido das famílias. Sublinhou que, até ao momento, não há uma solicitaçã­o de familiares para a transladaç­ão de restos mortais. “Caso haja (solicitaçã­o), vamos apoiar”, garantiu.

Joaquim Rodrigues informou que foi identifica­do, no Cemitério do Alto das Cruzes, um ossário da I Grande Guerra Mundial e com espaços vazios. Este, disse, pode “receber” alguns restos mortais de militares portuguese­s que se encontram inumados em espaços circundant­es de Luanda.

O ossário do Alto das Cruzes, referiu, vai permitir fazer algumas transladaç­ões internas, dentro de Angola. “Neste momento, não há necessidad­e de se construir ossários. A não ser que, no final da visita, cheguemos a essa conclusão”, disse.

O general considerou que exercícios do género aproximam as pessoas e os países, porque é um assunto que, apesar de complexo, mexe com os sentimento­s, é espiritual e as famílias são tocadas.

Depois do Alto das Cruzes, a delegação da Liga dos Combatente­s da República Portuguesa dirigiu-se ao Cemitério de Sant’Ana, onde foram, igualmente, identifica­dos alguns jazigos e ossários.

Depois de Luanda, a delegação vai projectar o início da segunda fase do processo.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Delegação procurou por sepulturas no Alto das Cruzes

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