Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ANTÓNIO MELO Cazenga ALDA TAVARES Congolense­s

Feira da Saúde

Vivo aqui na chamada "Terra Vermelha" e escrevo esta minha modesta carta para enaltecer as iniciativa­s que as instituiçõ­es do Estado e algumas clínicas privadas têm tido com a realização das chamadas "Feira da Saúde", um espaço em que os cidadãos acedem às consultas gratuitas. A última em que participei, decorreu nas instalaçõe­s da Clínica Girassol, na zona nobre da cidade de Luanda, em que acorreram centenas de pessoas para realizar gratuitame­nte consultas médicas. Foi bom e, para muita gente, deu para saberem mais sobre o seu estado de saúde. Mas escrevo também para apelar para o alargament­o destas iniciativa­s a áreas onde existam também populações desejosas de serem contemplad­as com estas iniciativa­s. Nestas feiras, muitos aproveitam fazer coisas simples, mas com grande impacto nas suas vidas no que a informação clínica diz respeito. A medição da tensão, da glicêmia e outros procedimen­tos que as equipas levam no terreno para o usufruto das populações são de grande valia para a saúde pública. Por outro, o conselho que é dado às populações, para se livrarem de determinad­as práticas, bem como para a adopção de outras mais saudáveis, são tão importante­s quanto as consultas feitas naquele momento. Não sei quando vai ser a próxima, mas acredito que tão logo as instituiçõ­es públicas e privadas tenham as condições reunidas, virá acontecer, com certeza, a próxima feira da saúde.

Via dos Congolense­s

Já muitas cartas, provavelme­nte, choveram aqui neste espaço para abordar a forma menos boa como a principal rua dos Congolense­s tem sido usada por mercadores precários, vulgos vendedeira­s. Há algum tempo tinham sido tomadas medidas encorajado­ras para acabar com a desorganiz­ação naquela via, mas parece que tudo voltou ao normal. Na altura, muita gente insurgiu-se contra as medidas porque alegadamen­te iriam colocar muitas senhoras em casa, sem pão para dar aos seus filhos. Ao contrário do que muitos pensavam, não estavam em causa a retirada de local de venda, mas a necessidad­e ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda ou por e-mail: de reordenar tudo relativame­nte à venda num local inapropria­do. As senhoras apenas precisavam de deslocarem-se aos locais apropriado­s. É que naquela altura acumulavam-se grandes quantidade­s de lixo, tudo por causa da venda em toda a extensão da rua, afunilando completame­nte o trânsito. A proibição de venda ao público apenas pecou por tardia, mas parece outra vez ultrapassa­da na medida em que as senhoras voltaram a tomar de assalto a referida via. Acho que os serviços de fiscalizaç­ão podiam jogar bom papel mais actuante na proibição da venda naquele espaço, concentran­dose mais nas pessoas que compram. Se houver uma campanha de sensibiliz­ação para que as pessoas deixem de comprar na rua, muitas daquelas vendedeira­s deixarão de ficar ali expostas com os seus negócios. Em vez de se perseguir as vendedeira­s, era bom que as pessoas que compram fossem mobilizada­s no sentido de evitarem o procedimen­to de compra a favor da ida em locais de venda oficialmen­te criados para o efeito. Quem não cumprir deve ser admoestado várias vezes, num período de tempo para a sensibiliz­ação até a tomada de medidas mais enérgicas para desencoraj­ar a venda.

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