CARTAS DOS LEITORES
Feira da Saúde
Vivo aqui na chamada "Terra Vermelha" e escrevo esta minha modesta carta para enaltecer as iniciativas que as instituições do Estado e algumas clínicas privadas têm tido com a realização das chamadas "Feira da Saúde", um espaço em que os cidadãos acedem às consultas gratuitas. A última em que participei, decorreu nas instalações da Clínica Girassol, na zona nobre da cidade de Luanda, em que acorreram centenas de pessoas para realizar gratuitamente consultas médicas. Foi bom e, para muita gente, deu para saberem mais sobre o seu estado de saúde. Mas escrevo também para apelar para o alargamento destas iniciativas a áreas onde existam também populações desejosas de serem contempladas com estas iniciativas. Nestas feiras, muitos aproveitam fazer coisas simples, mas com grande impacto nas suas vidas no que a informação clínica diz respeito. A medição da tensão, da glicêmia e outros procedimentos que as equipas levam no terreno para o usufruto das populações são de grande valia para a saúde pública. Por outro, o conselho que é dado às populações, para se livrarem de determinadas práticas, bem como para a adopção de outras mais saudáveis, são tão importantes quanto as consultas feitas naquele momento. Não sei quando vai ser a próxima, mas acredito que tão logo as instituições públicas e privadas tenham as condições reunidas, virá acontecer, com certeza, a próxima feira da saúde.
Via dos Congolenses
Já muitas cartas, provavelmente, choveram aqui neste espaço para abordar a forma menos boa como a principal rua dos Congolenses tem sido usada por mercadores precários, vulgos vendedeiras. Há algum tempo tinham sido tomadas medidas encorajadoras para acabar com a desorganização naquela via, mas parece que tudo voltou ao normal. Na altura, muita gente insurgiu-se contra as medidas porque alegadamente iriam colocar muitas senhoras em casa, sem pão para dar aos seus filhos. Ao contrário do que muitos pensavam, não estavam em causa a retirada de local de venda, mas a necessidade ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda ou por e-mail: de reordenar tudo relativamente à venda num local inapropriado. As senhoras apenas precisavam de deslocarem-se aos locais apropriados. É que naquela altura acumulavam-se grandes quantidades de lixo, tudo por causa da venda em toda a extensão da rua, afunilando completamente o trânsito. A proibição de venda ao público apenas pecou por tardia, mas parece outra vez ultrapassada na medida em que as senhoras voltaram a tomar de assalto a referida via. Acho que os serviços de fiscalização podiam jogar bom papel mais actuante na proibição da venda naquele espaço, concentrandose mais nas pessoas que compram. Se houver uma campanha de sensibilização para que as pessoas deixem de comprar na rua, muitas daquelas vendedeiras deixarão de ficar ali expostas com os seus negócios. Em vez de se perseguir as vendedeiras, era bom que as pessoas que compram fossem mobilizadas no sentido de evitarem o procedimento de compra a favor da ida em locais de venda oficialmente criados para o efeito. Quem não cumprir deve ser admoestado várias vezes, num período de tempo para a sensibilização até a tomada de medidas mais enérgicas para desencorajar a venda.