Dirigente da oposição foi acusado de traição
As autoridades zimbabweanas acusaram um alto dirigente político do principal partido da oposição, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), de traição, devido a comentários a si atribuídos num jornal, na segunda-feira.
Job Sikhala, secretáriogeral-adjunto do MDC, “entregou-se à Polícia esta manhã e foi acusado de tentar derrubar um Governo eleito constitucionalmente”, disse Obey Shava, um advogado da organização Advogados do Zimbabwe para os Direitos Humanos citado pela agência de notícias Bloomberg.
“Ele [Sikhala] rejeita as acusações, mas agora estamos a tentar chegar aos tribunais”, acrescentou o advogado.
Citado pelo diário NewsDay, jornal sediado na capital zimbabweana, Harare, Job Sikhala terá dito que o MDC pretende derrubar o Presidente do país, Emmerson Mnangagwa, antes do fim do seu mandato, em 2023.
O Governo, do partido União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica (ZANU-PF), considerou as declarações de Sikhala como um “discurso incendiário de insurgência”.
No poder desde o afastamento de Robert Mugabe, em Novembro de 2017, Mnangagwa venceu as eleições presidenciais de 30 de Julho do ano seguinte e prometeu relançar a economia e lutar contra a corrupção.
No entanto, o seu mandato tem sido marcado por fortes manobras de opressão pelas forças de segurança e uma crescente inflação, que em Maio chegou aos 98 por cento.