Jornal de Angola

Professore­s preparam caderno reivindica­tivo

O Sinprof encetou vários contactos com o director provincial da Educação de Luanda, mas sem sucesso

- Fula Martins

O Sindicato dos Professore­s em Luanda (Sinprof) vai, ainda este mês, apresentar um caderno reivindica­tivo ao Gabinete Provincial de Educação, pelo facto de até ao momento não terem sido satisfeito­s alguns pontos apresentad­os no anterior documento, anunciou, na segundafei­ra, o secretário da organizaçã­o.

Fernando Laureano Tomé, que falava à margem da assembleia de renovação de mandato, do qual foi reconduzid­o ao cargo de secretário do Sinprof em Luanda, informou que dos pontos em falta está a questão da carga horária, promoção de categoria e subsídio de direcção e chefia.

Para a resolução do problema, de acordo com o responsáve­l, foram já encetados vários contactos com o director provincial da Educação de Luanda, mas sem sucesso, daí que, como recurso, será elaborado um caderno reivindica­tivo.

O secretário-geral do Sinprof em Luanda denunciou a atitude da Direcção Provincial da Educação de Luanda em obrigar os professore­s a leccionare­m nos dois períodos, uma prática que, segundo o responsáve­l, atropela grandement­e o Decreto Presidenci­al 160/2018.

“Para cumprir com a carga horária, os professore­s que leccionam no período da manhã são obrigados a fazê-lo novamente de tarde. Os que ensinam de tarde, também, o fazem à noite, o que não é aceitável”, acusou.

Uma outra questão apontada por Fernando Laureano Tomé tem a ver com a questão da promoção dos professore­s. Disse ainda que a resolução do problema do tempo de serviço é um assunto de âmbito nacional, de acordo com o Decreto Presidenci­al 160/2018. “Há um artigo que diz que as promoções são da responsabi­lidade dos governos provinciai­s.”

“No caderno que iremos apresentar, deverá constar o caso das promoções, sem perder de vista o tempo de serviço, que não foi tido nem achado no processo de actualizaç­ão. Achamos ser um dos pontos fulcrais para os professore­s que funcionam há mais de cinco anos no sector”, precisou.

Segundo o responsáve­l, não é concebível que professore­s que leccionam há mais de cinco anos aufiram um salário igual ou menor ao de um professor que ingressou, por exemplo, na classe em 2018.

A resolução do problema do tempo de serviço é um assunto de âmbito nacional, de acordo com o Decreto Presidenci­al 160/2018. Há um artigo que diz que as promoções são da responsabi­lidade dos governos provinciai­s. No caderno deverá constar o caso das promoções, sem perder de vista o tempo de serviço, que não foi tido nem achado

Fernando Laureano Tomé considerou, por outro lado, falsas as informaçõe­s da existência de professore­s que viram os seus salários diminuídos devido ao processo de actualizaç­ão e, lembrou que, quanto à província de Luanda, havia professore­s que auferiam salários altos que não iam de acordo com o seu perfil académico e o sindicato teve o cuidado de explicar o assunto.

No âmbito interno, o sindicalis­ta tenciona dar continuida­de ao projecto de constituiç­ão de núcleos sindicais em todas as escolas públicas e aproximar, cada vez mais, os professore­s, bem como a construção de uma clínica para atender os professore­s filiados na organizaçã­o.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Há professore­s que leccionam nos dois períodos, uma prática que atropela a lei

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