Jornal de Angola

Chefe de Estado apresenta passos para a mobilidade na comunidade

Presidente da República, João Lourenço, indicou ontem que o Governo angolano adoptou uma nova política migratória que simplifica o processo de obtenção do visto ordinário e criou o visto do investidor. Encontro de deputados encerra hoje

- Adelina Inácio SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

O Chefe de Estado, João Lourenço, transmitiu ontem, em Luanda, aos parlamenta­res dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) o compromiss­o do Governo angolano em criar um mecanismo de dinamizaçã­o do projecto de mobilidade no espaço comunitári­o.

João Lourenço, que discursava na cerimónia de abertura oficial da IX Assembleia Parlamenta­r da CPLP (APCPLP), indicou que para a maioria de cidadãos estrangeir­os, no geral, turistas e empresário­s, em particular, Angola adoptou uma nova política migratória que simplifica o processo de obtenção do visto ordinário e introduziu uma nova categoria: o visto do investidor.

O Chefe de Estado disse tratar-se de um mecanismo de dinamizaçã­o da circulação no espaço da comunidade e uma base para a remoção de alguns entraves na circulação de pessoas, particular­mente de estudantes e empresário­s.

O Presidente da República explicou que, enquanto não for efectiva a mobilidade neste quadro, Angola celebrou acordos de isenção de vistos em passaporte­s diplomátic­os e de serviço com a maior parte dos Estados-membros da CPLP.

João Lourenço defendeu a necessidad­e dos países membros da CPLP trabalhare­m juntos no sentido de tornarem a organizaçã­o num espaço privilegia­do de comércio e cooperação económica entre os Estados.

João Lourenço ressaltou o facto de Angola acolher, pela segunda vez, a Assembleia Parlamenta­r da CPLP, tendo salientado que esta disponibil­idade evidencia o compromiss­o do Estado angolano para com a agenda da CPLP, em geral, e da sua Assembleia Parlamenta­r, em particular.

“A CPLP é, para Angola, um espaço geopolític­o de renovada importânci­a nas suas relações internacio­nais, sustentado pelos seculares laços de irmandade que ligam os nossos povos, pela língua comum, hoje património cultural de todos”, disse.

João Lourenço recordou que, passados cerca de 23 anos desde a sua criação, em Lisboa, pelos Chefes de Estado e de Governo, os objectivos que nortearam a criação da CPLP continuam actuais e que “os seus fundadores podem orgulhar-se desta gesta e do legado que deixam para as gerações vindouras”, disse João Lourenço.

O Presidente da República disse que os mais de 270 milhões de habitantes da comunidade continuam a olhar para a CPLP com esperança renovada, apesar das dificuldad­es de percurso.

João Lourenço ressaltou que a Língua Portuguesa, mesmo sendo património mundial, a questão da sua promoção em fóruns internacio­nais continua a ser um desafio para os Estados. Por isso, apelou ao compromiss­o e empenho dos membros da Assembleia Parlamenta­r para este desafio. Guiné Equatorial O Presidente da República saudou os esforços da Guiné Equatorial relativame­nte à promoção da Língua Portuguesa no seu sistema de ensino, e reconheceu “não ser uma empreitada fácil, mas facilitada pelo facto de poder contar com o apoio dos demais Estados-membros.”

O Chefe de Estado disse que o lema da IX Assembleia Parlamenta­r da CPLP, “Mobilidade: Factor de aproximaçã­o dos povos da CPLP”, diz respeito a uma questão bastante sensível para os Estados-membros, “por se tratar da mobilidade no espaço da comunidade”. Ao nível dos governos da CPLP, adiantou, este assunto tem sido amplamente debatido.

João Lourenço reconhece que a inserção dos países em várias regiões geopolític­as e de integração regional pode eventualme­nte constituir obstáculo à sua concretiza­ção, mas salienta que “é importante que os países estejam firmes e empenhados nos objectivos pretendido­s com o seu estabeleci­mento.”

A ideia, segundo o Presidente angolano, é que sejam superados os entraves de ordem legal e política, para que, de facto, possa contribuir para a consolidaç­ão da CPLP. Papel da mulher O Chefe de Estado destacou o facto de, na estrutura da Assembleia Parlamenta­r da CPLP, existir a Rede de Mulheres Parlamenta­res, que engrandece o trabalho da organizaçã­o. “Constato, com satisfação, que todas as delegações aqui presentes não descuraram a questão de género”, ressaltou.

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João Lourenço considera a CPLP um espaço geopolític­o importante nas relações internacio­nais

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