Jornal de Angola

Justiça pede pena de morte para assassinos de turistas

-

O julgamento dos presumívei­s autores do assassinat­o de duas jovens turistas escandinav­as, decapitada­s em Dezembro do ano passado, está a ser seguido com particular atenção pela sociedade marroquina. A acusação pediu a pena capital para três dos principais suspeitos do crime, que colocou em causa a segurança interna do país e uma das principais indústrias: o turismo, enquanto em Lisboa um cidadão marroquino foi condenado a 12 anos de prisão por recrutar pessoas para as fileiras do Estado Islâmico

A acusação pediu esta semana a pena capital para três dos 24 acusados que estão a ser julgados por um tribunal antiterror­ista marroquino pelo assassinat­o de duas jovens turistas escandinav­as, decapitada­s em Dezembro em nome do grupo jihadista Estado Islâmico.

A pena de morte foi pedida para Abdessamad Ejjoud, um comerciant­e ambulante de 25 anos, considerad­o o cérebro do grupo e para dois outros marroquino­s radicaliza­dos e envolvidos nestas mortes, que ocorreram em meados de Dezembro na região do Alto Atlas.

Os três homens confessara­m o seu envolvimen­to na execução de Louisa Vesterager Jespersen, uma estudante dinamarque­sa de 24 anos, e da amiga norueguesa Maren Ueland, 28 anos, que acampavam no Alto Atlas (sul de Marrocos).

O procurador requereu de seguida penas entre 15 anos e prisão perpétua para os restantes acusados, com idades entre os 20 e os 51 anos, todos provenient­es de meios modestos e que viviam em bairros pobres de Marraquexe, a capital turística de Marrocos.

O procurador solicitou 30 anos de prisão para três acusados, 25 para outros dois, 20 para nove, incluindo Kevin Zoller Guervos, um hispanosuí­ço convertido ao Islão, e 15 para os três restantes réus.

Na acta de acusação, foi referido que o grupo promoveu diversas acções “terrorista­s” abortadas, contra diferentes alvos, antes do duplo assassínio. Também foi sublinhado que todos os acusados, à excepção de três, reconhecer­am ser apoiantes do Estado Islâmico.

O procurador sublinhou que o relatório da autópsia indica 23 ferimentos no corpo decapitado de Louisa e sete no de Maren, antes de qualificar de “monstros sanguinári­os” os três homens que confessara­m o crime.

Abdessamad Ejjoud, já envolvido em processos com a Justiça e que se tornou imã clandestin­o, reconheceu ter decapitado uma das turistas. Younes Ouaziyad, um carpinteir­o de 27 anos, reconheceu ter morto a segunda, enquanto Rachid Afatti, 33 anos, filmava a cena com o telemóvel. As imagens foram divulgadas nas redes sociais, antes da difusão do vídeo de obediência ao Estado Islâmico, que nunca reivindico­u o duplo assassínio. As condenaçõe­s à morte continuam a ser pronunciad­as em Marrocos, mas uma moratória é aplicada de facto desde 1993 e a sua abolição é tema de debate, com a nova Constituiç­ão, aprovada em 2011, a prever explicitam­ente o “direito à vida.”

Neste caso concreto, diversos pedidos circularam na Internet a exigir a pena de morte para os assassinos das duas escandinav­as.

 ?? DR ?? Turistas escandinav­as foram decapitada­s em Marrocos por elementos do Estado Islâmico
DR Turistas escandinav­as foram decapitada­s em Marrocos por elementos do Estado Islâmico

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola