CARTAS DOS LEITORES
O Campeonato de África de futebol
Tenho acompanhado os jogos do Campeonato de África de Futebol desde o seu inicio e estou a gostar das surpresas que alguns desafios nos têm proporcionado. O futebol é uma festa e as surpresas na alta competição tornam essa festa mais atractiva. Gostava que Angola fosse mais longe, mas infelizmente não conseguimos passar da primeira fase.
A alta competição não se compadece com desorganização amadorismo. O país está independente há 43 anos e não podemos aceitar que não se consigam fazer coisas básicas. O que mais me deixa triste é que a desorganização reina em vários sectores da nossa vida nacional. É preciso que se aposte em pessoas sérias e que tenham realmente capacidade para ajudar o país a ir para a frente. Nem sempre os que mais aparecem e que mais falam na imprensa é que são os mais capazes.
O nosso país está cheio de chicos -espertos que se especializaram em afastar os mais competentes. Num pais normal, os incompetentes não teriam possibilidade gerir o que quer que fosse. E o pior é que muitos dos nossos gestores nem sequer se apercebem que são incompetentes e que deviam deixar os seus lugares a outras pessoas. FRANCISCO JOÃO Camama
Administrações municipais
Soube que as administrações municipais vão passar a receber mensalmente vinte e cinco milhões de kwanzas para resolver problemas nessas circunscrições. Não sei que critérios estiveram na base da atribuição de um mesmo valor a todos os municípios do país, os municípios de Angola têm problemas comuns, mas acredito que há municípios que precisariam de mais verbas, tendo em conta a sua especificidade. Há municípios no nosso país com mais população que S.Tomé e Príncipe ou Cabo Verde, para só citar estes países. De qualquer forma e já tendo sido decidida a verba atribuir aos municípios, gostava de sugerir que os administradores priorizassem os sectores da educação e da saúde. Com os vinte e cinco milhões de Kwanzas /mês podem-se resolver problemas básicos como, por exemplo, reabilitar casas de banho de escolas públicas e de centros de saúde, comprar lâmpadas para os estabelecimentos de ensino ou combustível para geradores, nos casos em que o fornecimento de energia não é ainda regular. Mas não basta reabilitar casas de banho . É necessário garantir a sua limpeza permanente. Que as administrações pensem no melhor modelo para assegurar que as casas de banho dos hospitais e escolas públicas estejam sempre limpas. Temos de aprender a fazer coisas com pouco dinheiro. Eu, quando era estudante no Liceu , gostava de estar na minha escola até para lá do período das aulas, porque era um lugar agradável para se estar . Era limpo e sentíamos muito prazer em voltar à escola no dia seguinte. Não podemos continuar a ter escolas em que professores e alunos não têm casas de banho dignas. Que se atribuam verbas às direcções das escolas para tratarem elas próprias dos seus problemas . Os directores de escolas e gestores de centros de saúde devem poder decidir o que é prioritário para os estabelecimentos que dirigem. O importante é que se fiscalize o destino que é dado ao dinheiro. ALICE AFONSO Prenda