Jornal de Angola

Mensagem deixada por Chinho provoca comoção

- César Esteves

A divulgação pública, ontem, de um áudio ontem, durante a cerimónia fúnebre do exfuteboli­sta internacio­nal João dos Santos de Almeida “Chinho”, no cemitério de Sant´Ana, com uma mensagem que ele deixou, domingo, um dia antes de ser assassinad­o, no grupo do Whatsapp constituíd­o por membros do círculo familiar, provocou grande onda de emoção.

Quase ninguém conseguiu conter as lágrimas. O som, saído nas colunas do cemitério, provocou choros. Pois o teor da missiva era de alguém que já parecia advinhar o que lhe ia suceder. Eis o teor: “Domingo abençoado para a família. Devemos sempre saber, em termos de orações, os nossos ordenament­os. Primeiro devemos saber que o nosso coração é o nosso maior templo e, de seguida, agradecer pela transição da noite para o dia, pedir perdão e saber perdoar. Depois é que devemos pedir a bênção para que Deus proteja as nossas famílias e os nossos passos. É assim o ordenament­o em termos de oração. Amo-vos”, concluiu.

Milhares de pessoas fizeram-se presentes ao local para acompanhar o ex-jogador até à última morada.

Os familiares do “craque” sub-20 expressara­m na parte frontal das camisolas brancas a dor que sentiam: “Mataram o Chinho”. Na parte traseira expuseram o que querem que seja feito: “Queremos justiça”.

Como se de um atleta que ainda estivesse vinculado ao Petro de Luanda, os adeptos desse clube comparecer­am em massa, tendo formado, juntamente com a família do jogador, um cordão humano iniciado na porta do Velório até a sepultura, onde a urna passou, enquanto eram entoados cânticos.

Os ex-colegas de campo afirmaram, no elogio fúnebre lido por Aurélio, onde diz: “foi com profundo sentimento de pesar que tomámos conhecimen­to da morte do Chinho”.

Disseram tratar-se de alguém com muito para transmitir, dada a experiênci­a acumulada. Lembraram-no como aquele que, dentro e fora das quatro linhas, encorajava o grupo, mesmo quando se estivesse diante de um desafio difícil.

“O Chinho parte, deixando um vazio enorme na classe e não só, mas será sempre, segurament­e, o nosso eterno camisola 7”, salientara­m.

A direcção do Petro de Luanda sublinhou que o seu ex-atleta nunca desaparece­rá, pois os seus feitos ficarão marcados para sempre na história do clube.

Estiveram presentes no adeus ao Chinho, entre outras personalid­ades, o secretário de Estado do Desporto, Carlos Almeida, e o presidente do Petro de Luanda, Tomás Faria. Até à data da sua morte, Chinho, que deixa viúva e quatro filhos, estava a frequentar o 3º ano do curso superior de Psicologia. O jogador nasceu aos 4 de Fevereiro de 1982, no distrito Urbano do Rangel, em Luanda. Abraçou o futebol por influência do irmão, Gato, já falecido.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Gilberto partilhou várias vezes o balneário com o ex-jogador

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