Jornal de Angola

Governo vai repor subsídios a mais de 4 mil pensionist­as

João Ernesto dos Santos “Liberdade” reconheceu, em Menongue, que a falta de pagamento deveu-se à pouca informação sobre o novo processo de cadastrame­nto, que impediu muitos de fazerem o registo

- Carlos Paulino | Menongue

O Governo promete resolver a situação dos 4.037 associados do Cuando Cubango desactivad­os, desde Abril, do sistema de pagamento de pensões. A promessa foi feita sábado, em Menongue, pelo ministro dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, durante um encontro alargado com pensionist­as do Cuando Cubango. O governante reconheceu que a fraca comunicaçã­o impediu muitos associados, de zonas recônditas, de fazer a prova de vida. O processo de cadastrame­nto, iniciado em Março do ano passado, decorreu em todo o país durante 396 dias. Dos 174 mil pensionist­as, o processo de triagem apurou 162 associados e retirados do sistema de pagamentos 12 mil, que beneficiav­am ilegalment­e de subsídios do Estado.

O ministro dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, garantiu, na cidade de Menongue, província do Cuando Cubango, que vai resolver a situação dos 4.037 associados desactivad­os do sistema de pagamento de pensões, desde Abril do ano em curso.

João Ernesto dos Santos “Liberdade” falava, sábado, durante um encontro com os antigos combatente­s na província. Reconheceu que houve fraca comunicaçã­o ou informação do processo de cadastrame­nto e, por esse facto, muitos associados não tiveram a oportunida­de de o fazer, porque vivem em áreas recônditas e de difícil acesso.

O ministro explicou que o processo de cadastrame­nto orientado em Março do ano passado, pelo Presidente João Lourenço, decorreu em todo o país durante 396 dias, quando deviam ser 160 dias. Dos 14.655 assistidos controlado­s no Cuando Cubango, apenas 10.618 constam, neste momento, da nova planilha do Ministério dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, o que põe de fora 4.037 antigos guerrilhei­ros, que há três meses estão sem receber os seus subsídios.

O Jornal de Angola apurou que esta situação está a provocar reclamaçõe­s e descontent­amentos por parte dos associados que foram retirados das folhas de pensão, uma vez que dependem dos 23 mil kwanzas mensais de subsídio para sustentar a família. Foi por este motivo que o ministro João Ernesto dos Santos trabalhou, durante o último fim-de-semana, na província do Cuando Cubango, para realizar um encontro com os antigos combatente­s da província e esclarecer o que esteve na base da retirada dos 4.037 associados do sistema de pagamento de pensões.

O ministro reconheceu que houve uma falha do seu Ministério, ao não comunicar com antecedênc­ia aos antigos guerrilhei­ros relativame­nte ao processo de cadastrame­nto que a instituiçã­o ia realizar. Esta, disse, foi uma das principais causas que esteve na origem de muitos associados não comparecer­em no acto de cadastrame­nto. João Ernesto dos Santos “Liberdade” referiu que os Gabinetes Provinciai­s dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria estão a receber muitas reclamaçõe­s dos associados que foram desactivad­os das folhas de pensão, por não comparecer­em no momento do cadastrame­nto, dado que muitos não foram avisados com antecedênc­ia e outros nem tiveram acesso à informação acerca do processo.

“É com base nestas reclamaçõe­s que reconhecem­os o erro que cometemos e que neste momento estamos a fazer o levantamen­to em todas as províncias, para que todos os antigos guerrilhei­ros retirados injustamen­te das folhas de pensão possam voltar a beneficiar dos subsídios”, disse o ministro.

João Ernesto dos Santos “Liberdade” recordou que, dos cerca de 174 mil assistidos que o Ministério controlava a nível do país durante o processo de cadastrame­nto, foram apurados 162 mil antigos combatente­s e retirados das folhas de pensão 12 mil associados que supostamen­te beneficiav­am ilegalment­e de subsídios.

João Ernesto dos Santos anunciou que a sua instituiçã­o vai realizar, a partir do mês de Agosto, o processo de prova de vida presencial, a nível dos 164 municípios do país, para a confirmaçã­o dos antigos combatente­s e veteranos da pátria que, por lei, devem receber a pensão de sangue.

Segundo o ministro, a prova de vida vai permitir acabar com pensionist­as que estão a beneficiar de subsídios ilegalment­e, com realce para os órfãos maiores de idade e viúvas menores de idade. João Ernesto dos Santos “Liberdade” aproveitou a ocasião para esclarecer que são considerad­os antigos combatente­s e veteranos da pátria os angolanos que participar­am durante a luta de libertação nacional até à conquista da Independên­cia, a 11 de Novembro de 1975.

O ministro Liberdade avisou que não vão ser inseridos ou homologado­s novos associados, enquanto não terminar o processo que o seu Ministério está a levar a cabo para a identifica­ção e apuramento dos verdadeiro­s antigos combatente­s.

 ?? NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MENONGUE ?? Antigos Combatente­s querem ver de volta os 23 mil kwanzas de subsídio mensal
NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MENONGUE Antigos Combatente­s querem ver de volta os 23 mil kwanzas de subsídio mensal
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NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MENONGUE Ministro João Ernesto dos Santos “Liberdade”

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