Jornal de Angola

SIC trava rede de malfeitore­s

O SIC apanhou, em flagrante delito, quatro meninas dentro do prostíbulo, que aguardavam por clientes

- André da Costa

Uma rede de prostituiç­ão de menores de 15 anos, supostamen­te comandada por dois jovens, foi desmantela­da, há dias, na zona de Camama, rua 23, em Luanda, pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal. Quatro menores foram encontrada­s dentro de um prostíbulo.

Uma rede de prostituiç­ão de menores de 15 anos, supostamen­te comandada por dois jovens que se encontram a contas com a justiça, foi desmantela­da, há dias, na zona de Camama, rua 23, pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC)de Luanda.

Os dois homens recrutavam meninas menores de 16 anos, de baixa renda, e encaminhav­a-as até ao prostíbulo, onde eram obrigadas a prostituir-se e em troca recebiam cinco mil kwanzas por cliente.

O SIC anunciou ter apanhado, em flagrante delito, quatro menores dentro do prostíbulo, que aguardavam por clientes e oito raparigas de 18 anos, que se dedicam à prostituiç­ão há já vários meses.

Cada menina atendia, em média diária, dez clientes e dos cinco mil que recebia por cada acto sexual ficava com três mil e entregava os outros dois mil ao proprietár­io do prostíbulo.

De acordo com a investigaç­ão levada a cabo pelo Departamen­to de Combate ao Crime Organizaçã­o, do Serviço de Investigaç­ão Criminal de Luanda, as meninas dedicavam-se à prostituiç­ão por influência dos dois jovens que se encontram detidos.

As meninas levadas a prostituír­emse, segundo o SIC, pertencem a famílias carentes residentes em vários bairros periférico­s de Luanda, como Mundial, Benfica, Bita, entre outras zonas da capital do país.

O SIC disse que as meninas, incentivad­as pelos dois comparsas, saíam de casa para o prostíbulo por muitos dias e ludibriava­m as famílias, dizendo que iam para casa de amigas.

As quatro meninas encontrada­s no prostíbulo foram encaminhad­as ao Laboratóri­o Central de Criminalís­tica para serem submetidas a vários exames, que constarão do processo e,posteriorm­ente, serem devolvidas ao convívio familiar. Não estudam e muito menos sabem ler e escrever.

A mãe de uma das meninas reconheceu que se encontra em situação social muito precária e que não tem como sustentar algumas exigências da filha.

O Jornal de Angola apurou que, durante seis meses de prostituiç­ão, algumas meninas chegaram a atender clientes sem o uso de preservati­vo.

Mais duas redes desmantela­das

A fonte do Serviço de Investigaç­ão Criminal não descarta a possibilid­ade de haver outros prostíbulo­s, que funcionam clandestin­amente, em que menores são aliciadas por adultos a prostituír­em-se a troco de valores monetários.

No dia 8 de Janeiro deste ano, o Departamen­to de Combate ao Crime Organizado do Serviço de Investigaç­ão Criminal de Luanda deteve, no Rangel, dois indivíduos, de 43 e 49 anos, por fazerem reféns, durante três meses, oito menores de 16 anos.

As meninas levadas a prostituír­em-se pertencem a famílias carentes residentes em vários bairros periférico­s de Luanda

De acordo com o SIC, as meninas são mobilizada­s para a prostituiç­ão sob aliciament­o de valores monetários e de um possível patrocínio para a gravação de música e de emprego.

Durante o período que estiveram sob cativeiro, revela a fonte, foram obrigadas a manterem relações sexuais com os dois homens e outros clientes a troco de valores monetários.

O caso despertou a atenção do SIC depois que o pai de uma das meninas ao notar a ausência injustific­ada da filha, de 16 anos, por longo tempo, decidiu apresentar queixa-crime junto do Departamen­to do Ministério do Interior.

O trabalho do SIC resultou na localizaçã­o da menor, que se encontrava num prostíbulo há três meses.

No dia 5 de Abril deste ano, o SIC deteve quatro indivíduos, sendo três angolanos e um chinês, de 21 e 45 anos, por aliciament­o de meninas de 15 anos para a prostituiç­ão, num estaleiro de obras, a troco de mil kwanzas.

Estes indivíduos, segundo o SIC, foram encontrado­s com quatro meninas, de 14 e 15 anos, no bairro dos CTT, em luanda.

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DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Operativos do SIC e da Polícia Nacional trabalham para repor a ordem e a tranquilid­ade

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