Manifestantes pedem eleições democráticas e independência
Mais de 10 mil manifestantes, que marcharam ontem na cidade de Sha Tin, em Hong Kong, pediam eleições “genuinamente democráticas”, na antiga colónia britânica, enquanto um grupo deles também pedia “uma Hong Kong independente”.
Os manifestantes encheram as ruas a exigir também a renúncia da chefe do Executivo da ilha e uma investigação sobre as denúncias de violência policial, alargando as queixas contra outros vários líderes do território.
Os manifestantes exigiram uma investigação sobre as queixas de violência policial em manifestações anteriores contra a lei de extradição. Alguns carregavam cartazes que diziam: “A Polícia é mentirosa” ou “Defenda Hong Kong”.
O protesto foi acompanhado por centenas de polícias que usaram capacetes e carregavam bastões e escudos. Alguns manifestantes usavam máscaras cirúrgicas como protecção contra o possível uso de “spray” de gás pimenta ou gás lacrimogéneo, pela Polícia.
Os protestos reflectem as reclamações crescentes de que os líderes de Hong Kong estão a acabar com as liberdades e a autonomia prometidas quando o território foi devolvido à China em 1997, pelo Reino Unido.
Alguns manifestantes carregavam bandeiras norteamericanas ou coloniais de Hong Kong. O Governo de Hong Kong, liderado por Carrie Lam, suspendeu, no mês passado, o Projecto de Lei de extradição, que teria permitido que suspeitos de crimes de Hong Kong fossem transferidos para o continente, onde o Partido Comunista controla o sistema judicial.
Lam pediu desculpa pela tentativa de manipulação da legislação, mas os críticos estão a exigir a sua renúncia.
No sábado, a Polícia usou bastões e gás lacrimogéneo para dispersar uma multidão de jovens manifestantes que pediam maior controlo sobre os empresários que visitam Hong Kong. Os críticos dizem que estão a prejudicar indevidamente as empresas locais.
No domingo anterior, um grupo de jornalistas de Hong Kong marchou até ao escritório de Lam para destacar as queixas sobre polícias que espancaram e obstruíram repórteres em manifestações anteriores.
Os jornalistas entregaram uma carta endereçada ao comissário de Polícia do território, a um funcionário.
“Parece que atacaram deliberadamente os jornalistas”, disse Chris Yeung, presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong.