Navio de investigação científica pode melhorar a biologia marinha
O cruzeiro de investigação vai permitir conhecer, profundamente, a diversidade de recursos marinhos, além de aumentar o volume de informação dos investigadores
Um navio oceanográfico de investigação científica, denominado “Baía Farta”, moderno e equipado com tecnologia de ponta, vocacionado para a realização de estudos na área da biologia marinha, vai ser apresentado na próxima semana, em Luanda, anunciou a ministra das Pescas e do Mar.
Maria Antonieta Baptista, que falava na sexta-feira durante uma conferência de imprensa, informou que se trata de um navio com múltiplas valências e que custou aos cofres do Estado 75 milhões de dólares. Lembrou que a embarcação foi construída na Roménia, pela empresa holandesa Damen, e vai ser apresentada, oficialmente, no dia 22 deste mês.
A governante garantiu que o cruzeiro de investigação vai permitir conhecer, profundamente, a diversidade de recursos marinhos, além de aumentar o volume de informação dos investigadores.
Reconheceu que a entrada em funcionamento do navio vai trazer benefícios, não só sócio-económicos, mas também sociais e ambientais, tendo em atenção a preservação dos recursos e dos respectivos ecossistemas.
A ministra realçou a importância do “Baía Farta”, na medida em que vai permitir aferir o nível de poluição do mar e oceano, como plásticos, e ajudar a encontrar soluções para minimizar este mal. Recordou que o navio vai, também, poder estabelecer, no âmbito da cooperação com investigadores de outros países, parcerias em projectos de investigação a nível regional.
Maria Antonieta Baptista disse que, no quadro dos três países que partilham a corrente fria de Benguela (Angola, África do Sul e Namíbia), o nosso país era o único que não possuía uma embarcação de investigação marinha.
De acordo com a ministra, o navio “Baía Farta” vai, de igual modo, garantir a qualidade sanitária dos produtos de pesca e seus derivados e contribuir para o aprofundamento do conhecimento dos oceanos e do mar, das suas espécies, e servir como centro de formação.
Para a construção do navio, segundo a governante, foram consideradas normas que permitem a minimização do ruído subaquático, acústico interno e vibrações, para garantia de níveis silenciosos necessários à investigação científica dos recursos marinhos.
O navio dispõe de um monitor “SU90”, aparelho que localiza barcos que estiverem ao seu redor, visualiza as características de cada um, como o tipo de mercadoria que transporta e o número de pessoas a bordo. O processo de construção do navio de investigação “Baía Farta”, que conta com uma tripulação constituída por 21 técnicos, iniciou em 2016 e ficou concluído no ano passado.
Com 74 metros de comprimento e uma velocidade de 13 nós, o navio conta com uma sala acústica, quatro laboratórios, um ginásio, camarotes duplos, cozinha, área de serviço com 15 monitores de comando e três computadores que fazem o comando da eco-sonda.
Com uma faixa costeira de 1.660 quilómetros, percorre o país de Norte a Sul, Angola ganha um navio de investigação que vai absorver quadros do Ministério das Pescas e do Mar, assim como técnicos médios e superiores em formação no país e na Bulgária.