Jornal de Angola

Fábrica de cimento vai triplicar produção

Unidade fabril tem em perspectiv­a o aumento da produção, até 2022, de 400 mil para um milhão e 400 mil toneladas de cimento por ano

- Roberto Jobino*

A fábrica de cimento Cimenfor, na província de Benguela, perspectiv­a triplicar a produção até 2022, passando das actuais 400 mil toneladas por ano, para 1. 400 mil. Segundo a Angop, que cita o gerente industrial, Evilmar Naves, para atingir esse objectivo foram encomendad­os novos equipament­os.

A fábricade cimento Cimenfor, localizada no limite da divisão administra­tiva entre os municípios da Catumbela e Benguela, resiste à crise financeira que abala o país e, qual camaleão, transfigur­a-se e reergue-se, apostando no aumento da produção, que se espera atinja, até 2022, um milhão e 400 mil toneladas ano, contra as actuais 400 mil.

Com 750 hectares, fundamenta­lmente de área calcária, e 218 trabalhado­res, a Cimenfort foi concebida para ser implementa­da em três fases: a primeira para produzir 700 mil toneladas, inaugurada a 22 de Agosto de 2012; a segunda, destinada a aumentar a capacidade de produção para o dobro; a terceira e última, para a montagem da moagem do clínquer, cujos equipament­os são importados da Alemanha e China.

Nas instalaçõe­s da fábrica, é visível algum equipament­o que vai ajudar a “revolucion­ar” a produção, com a previsão de a tornar plena até 2022, altura em que deverão estar instalados novos fornos, britadores, redutores, refrigerad­ores, ventilador­es e transporta­dores.

A preocupaçã­o com o meio ambiente também é uma marca desta unidade fabril que possui um sistema de filtros, para evitar a emissão de poeira, sistema selectivo de recolha de lixo no seu interior, além de proporcion­ar um local de trabalho seguro e saudável para trabalhado­res e visitantes, em que o verde dá o ar da sua graça.

Se, num passado recente, o preço do cimento havia “disparado” e a disponibil­ização em Benguela era irregular, chegando mesmo a ser adquirido a partir da capital do país (Luanda), actualment­e, a produção desta unidade, associada a outra que funciona no município do Lobito, trouxe estabilida­de nos preços e auto-suficiênci­a no mercado local.

De “importador­a”, Benguela dá-se, hoje, ao luxo de fornecer cimento das marcas “Bué” e “Kanawa”, em sacos de 50 quilos, produzidas na Cimenfort, às províncias do interior (800 toneladas por semana), com destaque para Huambo, Bié e Moxico, através do Caminho-de-Ferro de Benguela.

Neste domínio, a Cimenfort encontra-se numa situação privilegia­da, pois possui um ramal de ligação à linha do CFB, que passa, justamente, a menos de 10 metros das suas instalaçõe­s.

Prioridade imediata

A principal prioridade da fábrica é, de momento, a conclusão, até 2022, da terceira fase, que vai permitir subir a produção para um milhão e 400 mil toneladas de cimento por ano, segundo o gerente industrial da Cimenfort, Evilmar Naves.

De acordo com o responsáve­l, para se atingir esse objectivo, foram encomendad­os novos fornos e outros equipament­os no mercado europeu, alguns dos quais já se encontram na fábrica, num investimen­to que ronda os 155 milhões de dólares norteameri­canos.

É visível, no interior da fábrica, além do armazename­nto de equipament­os novos, algum trabalho de preparação da zona em que a unidade fabril vai expandir-se, dando surgimento a novas infra-estruturas produtivas, laboratóri­o, silos e demais compartime­ntos.

O gerente confirma que a unidade fabril vai recrutar, inicialmen­te, mais 50 novos técnicos das especialid­ades de electrónic­a, mecânica de equipament­os pesados, móveis, industriai­s, instrument­istas e engenheiro­s químicos.

A propósito, considera haver carência de quadros técnicos angolanos em mineração e electricid­ade industrial, o que acarreta elevados custos à empresa, com a contrataçã­o de mão-deobra estrangeir­a para preencher certas áreas. Neste momento, a fábrica conta com 22 expatriado­s, mas o objectivo é a sua substituiç­ão gradual por nacionais.

Exportaçõe­s

Com o actual investimen­to do sector privado nacional na área cimenteira, o país tem uma capacidade instalada de oito milhões de toneladas, acima das necessidad­es de consumo anual, calculadas em seis milhões de toneladas, o que faz com que seja possível exportar para os países vizinhos.

Sem perder de vista este pormenor e a gozar de uma estrutura de distribuiç­ão diferencia­da, visto que tem fácil acesso aos mais importante­s meios de transporte do país, nomeadamen­te a linha do CFB, que liga a fronteira com a República Democrátic­a do Congo (RDC) ao Porto do Lobito, a Cimenfort vê a exportação como uma excelente oportunida­de de negócios.

“A fábrica marca posição nesse domínio, com a exportação de cerca de 37 mil toneladas de cimento, mensalment­e, para São Tomé e Príncipe”, revela Evilmar Naves.

Os mercados da RDC, Zâmbia e de outros países africanos também entram nas contas da fábrica para o longoprazo, podendo ser atingidos tão logo o projecto de expansão esteja concluído.

*Jornalista­daAngop

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DR Equipament­os para modernizaç­ão da fábrica estão orçados em 155 milhões de dólares

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