Fábrica de cimento vai triplicar produção
Unidade fabril tem em perspectiva o aumento da produção, até 2022, de 400 mil para um milhão e 400 mil toneladas de cimento por ano
A fábrica de cimento Cimenfor, na província de Benguela, perspectiva triplicar a produção até 2022, passando das actuais 400 mil toneladas por ano, para 1. 400 mil. Segundo a Angop, que cita o gerente industrial, Evilmar Naves, para atingir esse objectivo foram encomendados novos equipamentos.
A fábricade cimento Cimenfor, localizada no limite da divisão administrativa entre os municípios da Catumbela e Benguela, resiste à crise financeira que abala o país e, qual camaleão, transfigura-se e reergue-se, apostando no aumento da produção, que se espera atinja, até 2022, um milhão e 400 mil toneladas ano, contra as actuais 400 mil.
Com 750 hectares, fundamentalmente de área calcária, e 218 trabalhadores, a Cimenfort foi concebida para ser implementada em três fases: a primeira para produzir 700 mil toneladas, inaugurada a 22 de Agosto de 2012; a segunda, destinada a aumentar a capacidade de produção para o dobro; a terceira e última, para a montagem da moagem do clínquer, cujos equipamentos são importados da Alemanha e China.
Nas instalações da fábrica, é visível algum equipamento que vai ajudar a “revolucionar” a produção, com a previsão de a tornar plena até 2022, altura em que deverão estar instalados novos fornos, britadores, redutores, refrigeradores, ventiladores e transportadores.
A preocupação com o meio ambiente também é uma marca desta unidade fabril que possui um sistema de filtros, para evitar a emissão de poeira, sistema selectivo de recolha de lixo no seu interior, além de proporcionar um local de trabalho seguro e saudável para trabalhadores e visitantes, em que o verde dá o ar da sua graça.
Se, num passado recente, o preço do cimento havia “disparado” e a disponibilização em Benguela era irregular, chegando mesmo a ser adquirido a partir da capital do país (Luanda), actualmente, a produção desta unidade, associada a outra que funciona no município do Lobito, trouxe estabilidade nos preços e auto-suficiência no mercado local.
De “importadora”, Benguela dá-se, hoje, ao luxo de fornecer cimento das marcas “Bué” e “Kanawa”, em sacos de 50 quilos, produzidas na Cimenfort, às províncias do interior (800 toneladas por semana), com destaque para Huambo, Bié e Moxico, através do Caminho-de-Ferro de Benguela.
Neste domínio, a Cimenfort encontra-se numa situação privilegiada, pois possui um ramal de ligação à linha do CFB, que passa, justamente, a menos de 10 metros das suas instalações.
Prioridade imediata
A principal prioridade da fábrica é, de momento, a conclusão, até 2022, da terceira fase, que vai permitir subir a produção para um milhão e 400 mil toneladas de cimento por ano, segundo o gerente industrial da Cimenfort, Evilmar Naves.
De acordo com o responsável, para se atingir esse objectivo, foram encomendados novos fornos e outros equipamentos no mercado europeu, alguns dos quais já se encontram na fábrica, num investimento que ronda os 155 milhões de dólares norteamericanos.
É visível, no interior da fábrica, além do armazenamento de equipamentos novos, algum trabalho de preparação da zona em que a unidade fabril vai expandir-se, dando surgimento a novas infra-estruturas produtivas, laboratório, silos e demais compartimentos.
O gerente confirma que a unidade fabril vai recrutar, inicialmente, mais 50 novos técnicos das especialidades de electrónica, mecânica de equipamentos pesados, móveis, industriais, instrumentistas e engenheiros químicos.
A propósito, considera haver carência de quadros técnicos angolanos em mineração e electricidade industrial, o que acarreta elevados custos à empresa, com a contratação de mão-deobra estrangeira para preencher certas áreas. Neste momento, a fábrica conta com 22 expatriados, mas o objectivo é a sua substituição gradual por nacionais.
Exportações
Com o actual investimento do sector privado nacional na área cimenteira, o país tem uma capacidade instalada de oito milhões de toneladas, acima das necessidades de consumo anual, calculadas em seis milhões de toneladas, o que faz com que seja possível exportar para os países vizinhos.
Sem perder de vista este pormenor e a gozar de uma estrutura de distribuição diferenciada, visto que tem fácil acesso aos mais importantes meios de transporte do país, nomeadamente a linha do CFB, que liga a fronteira com a República Democrática do Congo (RDC) ao Porto do Lobito, a Cimenfort vê a exportação como uma excelente oportunidade de negócios.
“A fábrica marca posição nesse domínio, com a exportação de cerca de 37 mil toneladas de cimento, mensalmente, para São Tomé e Príncipe”, revela Evilmar Naves.
Os mercados da RDC, Zâmbia e de outros países africanos também entram nas contas da fábrica para o longoprazo, podendo ser atingidos tão logo o projecto de expansão esteja concluído.
*JornalistadaAngop