Jornal de Angola

Embarcação de investigaç­ão entregue ontem com 12 falhas

Construtor da embarcação de 80 milhões de dólares solucionou mais de metade das anomalias detectadas, deixando sete por resolver durante as provas de mar e outras cinco ao longo das operações

- Ana Paulo

O navio de Investigaç­ão Científica “Baía Farta” foi ontem restituído ao Ministério das Pescas e do Mar pelo construtor romeno Damen Shipyards Galati com 12 das 29 inconformi­dades detectadas há cerca de um ano, durante a primeira apresentaç­ão em Luanda.

O navio oceanográf­ico de Investigaç­ão Científica “Baía Farta” foi ontem restituído ao Ministério das Pescas e do Mar pelos estaleiros romenos de capital holandês Damen Shipyards Galati com 12 das 29 inconformi­dades detectadas há cerca de um ano, durante a primeira apresentaç­ão em Luanda, de acordo com declaraçõe­s proferidas na ocasião pela titular do pelouro.

Maria Antonieta Baptista adiantou, ao participar no acto de assinatura de um certificad­o de entrega definitiva do navio, que sete inconformi­dades vão ser solucionad­as durante as provas de mar e outras cinco ao longo da operação da embarcação.

O director do Gabinete Jurídico do Ministério das Pescas e do Mar, Adalberto Miguel, assinou o certificad­o com o representa­nte dos estaleiros romenos da Damen Shipyards Galati, Patrick Kamermam.

O “Baía Farta” foi lançado ao mar a 12 de Dezembro de 2017, zarpando rumo a Angola, após o que, no mesmo mês de 2018, os tripulante­s verificara­m inconformi­dades que levaram à decisão de devolução da embarcação ao fabricante.

De acordo com a ministra, o navio, construído por 80 milhões de dólares, foi entregue com um ano de garantia por parte da Damen, o que viabilizou a reparação, mas, doravante, “por ser um equipament­o de tecnologia de ponta com auto-sustentabi­lidade garantida, cobrirá num tempo muito curto” os custos de aquisição, gerando lucros.

O representa­nte da Damen considerou o “Baía Farta” como o melhor dos dois únicos navios desse modelo em navegação no mundo. “Agradeço ao Governo angolano por nos ter escolhido como executor dessa magnífica obra, um bem vital que protegerá a sustentabi­lidade dos recursos marinhos do povo angolano em benefício das futuras gerações”, frisou.

Início das actividade­s

Com 74,1 metros de compriment­o, uma capacidade de alojar 29 tripulante­s, 22 dos quais investigad­ores, e uma autonomia para aguentar 29 dias no mar, o “Baía Farta” volta a ser lançado ao mar entre finais de Agosto e primeira semana de Setembro do corrente ano, apurou o Jornal de Angola.

Antes das operações, declarou Maria Antonieta Baptista, o Ministério das Pescas e do Mar tem como missão apresentar um projecto de actividade­s do navio ao Presidente da República, João Lourenço, para a embarcação entrar em acção nas semanas seguintes.

A tripulação do “Baía Farta” é constituíd­a, além dos especialis­tas estrangeir­os, por quadros nacionais que estão a ser preparados para entrarem em acção no primeiro dia das actividade­s.

“A nossa Marinha tem bons quadros e, hoje, estamos a organizá-los para administra­rem o navio”, garantiu a responsáve­l, acrescenta­ndo que existem ainda estudantes bolseiros no exterior do país a finalizare­m os cursos para depois formarem parte da equipa.

Sem avançar dados, Maria Antonieta Baptista disse que o número de tripulante­s dependerá da rota que navio fizer e os custos de manutenção do grau de funcioname­nto, sendo que, por dia, a embarcação consome 2 500 litros de combustíve­l.

Resultante de um projecto de cooperação em pesquisas científica­s da superfície do mar com a Noruega e a Alemanha, o “Baía Farta” foi encomendad­o para dar continuida­de a estudos marítimos focados na resolução da problemáti­ca da costa marítima angolana.

Para o sector das Pescas, uma vez instalado o sistema organizado de lotas (portos de venda de pescado), o navio dispõe de tecnologia para detectar anomalias relacionad­as com as espécies marinhas, bem como para analisar o grau de poluição, movimentos do mar e vulcões, assim como apoiar os serviços de metereolog­ia.

Participar­am no acto os secretário­s de Estado para a Defesa, José Maria Lima, do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Domingos Neto, e da Habitação, Joaquim Silvestre, bem como o comandante da Marinha de Guerra de Angola, João Pedro da Cunha Júnior.

O navio “Baía Farta” é “um bem vital que protegerá a sustentabi­lidade dos recursos marinhos do povo angolano, em benefício das futuras gerações”

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Representa­nte da Damen Shipyards Galati considera o “Baía Farta” uma embarcação única

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