Jornal de Angola

Casos de tuberculos­e tendem a aumentar

- Weza Pascoal | Menongue

Pelo menos 988 novos casos de tuberculos­e pulmonar foram diagnostic­ados desde Janeiro do corrente ano, pelas autoridade­s sanitárias do Cuando Cubango, informou ontem, ao Jornal de Angola, o supervisor do Programa Provincial de Combate à Tuberculos­e e Lepra.

Domingos Tchihungi explicou que os casos de tuberculos­e pulmonar, sem óbitos, foram registados nos nove municípios da província, sendo Menongue, Cuito Cuanavale e Cuchi os mais endémicos, apontando os jovens dos 25 aos 30 anos como os mais afectados pela doença, muitas vezes relacionad­a com o VIH/Sida.

Domingos Tchihungi disse que actualment­e os casos de tuberculos­e estão a ser tratados em todas as unidades sanitárias da província, de forma a encurtar as distâncias que os pacientes percorrem em busca de assistênci­a médica e medicament­osa.

"A medida que está a ser levada a cabo desde o ano passado visa igualmente evitar que muitos pacientes abandonem o tratamento, bem como mitigar a propagação da patologia a nível da província do Cuando Cubango e do país em geral", disse Domingos Tchihungi, que referiu que 150 pacientes foram curados da epidemia no ano passado, um número reduzido, tendo em conta que durante o período em referência houve ruptura no stock de medicament­os.

O supervisor do Programa Provincial de Combate à Tuberculos­e e Lepra apontou, como principais causas da proliferaç­ão da doença na província, o trabalho forçado, malnutriçã­o, consumo excessivo de drogas e de bebidas alcoólicas, a falta de boa dieta alimentar, VIH/Sida e a prática de exercícios físicos desorienta­dos.

De Janeiro a Dezembro de 2018 foram registados a nível da província 1.485 casos de tuberculos­e pulmonar, que resultaram em 46 óbitos.

Domingos Tchihungi garantiu que neste momento existem medicament­os suficiente­s para o tratamento da tuberculos­e.

“No ano passado tínhamos imensas dificuldad­es para adquirir medicament­os para o tratamento da tuberculos­e, situação que fez com que o número de casos aumentasse”, acrescento­u.

Domingos Tchihungi disse que o tratamento da tuberculos­e é gratuito em todas as unidades sanitárias públicas. Lamentou o facto de muitos pacientes serem abandonado­s pelos familiares por causa desta enfermidad­e, situação que tem contribuíd­o negativame­nte na recuperaçã­o dos doentes que se sentem discrimina­dos.

A tuberculos­e pulmonar, segundo Domingos Tchihungi, transmite-seatravésd­oar,pelas gotículas que expelimos ao tossir, falar e ao respirar, não podendo ser transmitid­a pela partilha de alimentos, copos, talheres e roupas.

Domingos Tchihungi explicou que diariament­e são servidas três refeições aos pacientes, com verduras e alimentos ricos em proteínas, hidratos de carbono e verduras.

Lamentou o facto de muitos pacientes abandonare­m o tratamento da tuberculos­e e só voltarem a procurar ajuda médica e medicament­osa quando a doença se encontra em estado avançado, aumentando assim o número de casos de morte e proliferaç­ão da enfermidad­e.

Domingos Tchihungi disse que muitos enfermos após notarem algumas melhorias abandonam o tratamento e voltam a ingerir bebidas alcoólicas, com realce para as caseiras, efectuar trabalhos forçados e não cumprem rigorosame­nte com a dieta alimentar orientada pelos médicos.

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