Esculturas feitas de bronze honram “Espírito de União”
“Espírito de União” é o título da exposição de artes do escultor Mpambukidi Lufindi, que é aberta ao público, depois de amanhã, às 18h00, no Camões – Centro Cultural Português, em Luanda, como forma de enaltecer a identidade dentro da diversidade cultural angolana.
A mostra, que fica patente até 27 de Agosto, junta 70 esculturas, produzidas em bronze, para dar ao público uma ideia do quotidiano dos povos de diferentes regiões do país, através de aspectos particulares dos seus hábitos e costumes.
Para o artista, a exposição, a primeira no Camões e resultante de uma parceria com o instituto, é uma oportunidade para realçar a importância da preservação da identidade e da matriz cultural nacional nesta era de globalização, em que a aculturação ganha mais espaço, em especial entre os jovens angolanos.
O artista, que participou no Festival Internacional da Cultura Kongo “FestiKongo”, disse estar a criar condições para inaugurar, ainda este ano, uma galeria de arte no município de Cacuaco, com o intuito de formar jovens, em particular no domínio da escultura.
A formação, revelou, tem sido uma das suas principais apostas nos últimos anos, a margem da sua criação individual. Para Mpambukidi, é uma forma de preparar a próxima geração de artistas, assim como despertar o interesse dos jovens pela criação artística, incentivando também o surgimento de novos talentos e incutir-lhes o gosto pelas suas raízes culturais.
Percurso
Natural de Quibocolo, Maquela do Zombo, Uíge, Mpambukidi estudou na Academia de Belas-Artes de Kinshasa, República Democrática do Congo, onde trabalhou com os mestres Makala e Mokengo , completando os seus estudos sob a supervisão do professor Kitenda kya Basala.
Membro da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP) e também presidente da Mpambukidi Galeria de Arte (MPAGAR), um espaço artístico para formação e descoberta de novos criadores, o escultor, com mais de 30 anos de carreira, tem procurado passar a sua experiência aos jovens criadores.
A sua notabilidade no mundo das artes começou nos anos 80, com a realização de duas exposições, uma na UNAP e outra na Embaixada da Grã-Bretanha em Angola. Mas foi no estrangeiro onde o seu trabalho começou a ter visibilidade, na década de 90, ao ponto de ter realizado mais exposições individuais e colectivas além-fronteiras do que em Angola.
Ao longo da sua carreira, participou em diversas mostras colectivas. Alguns dos seus trabalhos estão expostos em locais de referência, como o Vaticano e a sede das Nações Unidas. Foi distinguido com o Prémio União Europeia, na República Democrática do Congo, e na VI Bienal de Libreville. “Jindungo no Olho do Outro” foi a sua última exposição.