Jornal de Angola

Suíça vai leiloar carros de luxo do filho de Obiang Nguema

Com a promessa de uma total integração em 2022, o Partido Democrátic­o da Guiné Equatorial (PDGE), que suporta o Governo equato-guineense, foi admitido no seio da “família” do centro-direita através da Internacio­nal Democrátic­a centrista, numa altura em qu

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O presidente da Internacio­nal Democrátic­a Centrista (IDC, centro-direita) justificou os “passos democrátic­os” da Guiné Equatorial como as razões para a entrada na organizaçã­o, como observador, do partido governamen­tal da Guiné Equatorial, que suporta o Governo de Teodoro Obiang Nguema.

O objectivo, explicou o exPresiden­te colombiano Andrés Pastrana, de acordo com a Reuters, é “melhorar e impulsiona­r relevantes avanços democrátic­os” no país.

Numa cerimónia realizada no Palácio Presidenci­al em Malabo, que contou com a presença do Presidente equato-guineense e líder do Partido Democrátic­o da Guiné Equatorial (PDGE), Teodoro Obiang Nguema, Andrés Pastrana prometeu o “acompanham­ento e vigilância” da IDC para que o país cumpra os procedimen­tos democrátic­os.

“Sabe que estaremos ao seu lado e o vamos acompanhan­do, como temos feito ultimament­e”, disse o exPresiden­te colombiano, virando-se para Obiang, prometendo ajuda ao PDGE para “avançar e apoiar os projectos de consolidaç­ão democrátic­a”, entre os quais está a prometida abolição da pena de morte.

“Asseguro que daremos os apoios ao PDGE para todos os passos necessário­s” de modo a que o partido governamen­tal - que tem todos os lugares eleitos nos órgãos nacionais legislativ­os - se assuma como “membro de pleno direito do IDC/África antes de Dezembro de 2022.”

“A Guiné Equatorial tem um futuro que deve ser seguro, com avanços democrátic­os, sempre passo-a-passo, mas sem descanso”, acrescento­u o dirigente do IDC.

Em resposta, Teodoro Obiang agradeceu a promessa de apoio e compromete­u o partido (PDGE) naquilo que classifico­u como o “esforço democrátic­o” da Guiné Equatorial.

“Com a ajuda internacio­nal, espero que, trabalhand­o conjuntame­nte com vocês, consigamos ser um exemplo de democracia em África”, disse.

Numa cerimónia que contou com a presença da imprensa como testemunha, Obiang disse que espera “contar com os conselhos” do IDC para a aplicação das reformas democrátic­as no país.

“O mais importante é este processo que estamos a fazer para ter direito a estar no IDC como membro de pleno direito. Este é o objectivo que temos neste momento”, disse.

O IDC coloca como condições um sistema eleitoral justo e a separação de poderes, entre outras exigências de transparên­cia e combate à corrupção, matérias que várias organizaçõ­es internacio­nais consideram que não se cumprem no país.

Graças ao petróleo que extrai, a Guiné Equatorial é um dos países mais ricos de África com uma população de apenas um milhão de habitantes.

O IDC integra, em estruturas continenta­is, vários partidos conservado­res de centrodire­ita. A Guiné Equatorial faz parte, desde 2014, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Leilão de viaturas

As autoridade­s suíças confirmara­m ontem que vão leiloar no final deste ano a colecção de viaturas luxuosas que foi apreendida ao Vice-Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang, filho do Presidente, Teodoro Obiang, depois que a Justiça local rejeitou um pedido de impugnação interposto pelo visado.

De acordo com a CNN, os onze veículos de luxo foram apreendido­s em 2016 na sequência de uma investigaç­ão por suspeitas de lavagem de dinheiro.

A colecção de carros de Teodoro Nguema Obiang que foi apreendida está avaliada em 13 milhões de dólares e inclui versões limitadas de algumas viaturas.

É o caso do Lamborghin­i Veneno, decorado com as cores da bandeira italiana, e que é apenas um de nove viaturas produzidas pela fabricante para celebrar o seu 50º aniversári­o.

Só este “super-carro” tem um custo de 5,1 milhões de dólares. Mas não faltam viaturas que fariam as delícias dos apreciador­es de automóveis de luxo: um Koenigsegg One-1, um McLaren P1, um Aston Martin One-77 ou um Bugatti Veyron, entre outros.

O leilão vai ser organizado pela Bonhams e vai ter lugar em Genebra no dia 29 de Setembro.

Teodoro Nguema Obiang tem sido alvo de processos criminais em vários países. Em 2017, um tribunal francês condenou-o a uma pena suspensa de três anos de prisão por fraude relacionad­a com a compra de uma mansão em Paris, um jacto privado e uma frota de veículos de luxo, recorrendo a fundos que a Justiça Internacio­nal diz terem sido “saqueados” do seu país.

As autoridade­s brasileira­s também já lhe apreendera­m bens e o Vice-Presidente da Guiné Equatorial acordou pagar 30 milhões de dólares às autoridade­s norteameri­canas para resolver um outro processo em que estava envolvido.

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DR Teodoro Obiang Nguema, presidente do Partido Democrátic­o da Guiné Equatorial agradeceu

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