Investigadores científicos vão ser enquadrados em carreiras
Os investigadores científicos pertencentes a várias instituições, que ficaram muito tempo sem serem promovidos, vão ser enquadrados nas respectivas categorias, a fim de ganharem dignidade funcional e salarial, informou ontem, em Luanda, o director do Gabinete dos Recursos Humanos do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Alfredo Buza.
Segundo um documento apresentado por este responsável, serão liminarmente indeferidos todos os processos de candidatos detentores de outra carreira na Administração Pública.
Os casos de identificação de exercício de outra actividade pública, numa carreira diferente de investigador científico, deverão ser informados ao Gabinete dos Recursos Humanos do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, para que se clarifique a carreira. “Nenhum funcionário pode ter duas carreiras simultaneamente”, lê-se no documento.
Ao falar à imprensa, no final de um encontro de trabalho que juntou gestores de recursos humanos de diferentes departamentos ministeriais com estruturas de investigação científica, Alfredo Buza justificou o enquadramento desses profissionais nas devidas carreiras, só agora, com o facto de não haver, no passado, concursos de promoção e acesso às carreiras. “Com o surgimento do novo estatuto, vai ser feito esse ajustamento, para que cada um esteja enquadrado na categoria relacionada com os requisitos que ostenta”, frisou.
Em relação aos investigadores que se queixam de falta de apoio financeiro para a realização de pesquisas, Alfredo Buza disse que foi adicionado ao estatuto do Ministério do Ensino Superior Ciência, Tecnologia e Inovação uma rubrica para financiar trabalhos de investigação científica.
Alfredo Buza ressaltou que a aprovação do estatuto orgânico desse fundo está praticamente finalizado, faltando apenas alguns detalhes. "Com a aprovação desse fundo, vai abrir-se uma porta para que se possa desenvolver a investigação científica”, aclarou.
O académico deu a conhecer que a gestão do país já executa certas tarefas, com base em trabalhos científicos produzidos localmente. Muitas teses de doutoramento e dissertações de mestrado, continuou, têm servido de matéria para elaboração de políticas públicas.
“Se levantarmos hoje a cabeça e fizermos uma análise, veremos que em alguns sectores há pessoas que vêm de uma carreira docente já com trabalhos publicados na área em que actuam”, avançou o responsável, para quem os trabalhos científicos, apesar de já estarem a ser usados, ainda não ocorrem na dimensão que se espera.