Jornal de Angola

Jovens da CPLP expõem criações

Bienal abre as portas ao público hoje com um leque de actividade­s culturais agendadas para mostrar a grandeza e a diversidad­e dos países de língua portuguesa

- Manuel Albano e Mário Cohen

A multicultu­ralidade ea riqueza linguístic­a da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão estar em evidência, a partir de hoje, às 17h00, com a inauguraçã­o, no Museu de História Militar, em Luanda, da 9ª edição da Bienal de Jovens Criadores, um factor de identidade dentro da diversidad­e.

O objectivo do projecto é, como explicou o porta-voz da bienal, criar uma “ponte de unidade” entre os países membros que, apesar da distância geográfica, partilham laços comuns. Para Kikas Machado, encontros do género permitem não só a solidifica­ção do intercâmbi­o dos participan­tes, como também ajudam a fortalecer a aproximaçã­o social e cultural. “São portas para novos horizontes”, disse.

O porta-voz da bienal informou ainda que até ontem, às 13h00, os membros das delegações já tinham chegado ao país, excepto os representa­ntes da Guiné Equatorial. “Mas, ainda estamos à espera que cheguem a qualquer momento”, adiantou, acrescenta­ndo ter sido uma surpresa o facto de a delegação de Timor-Leste ter sido a primeira a chegar e a mais representa­tiva. “Em parte, por ser um dos países mais afastados, geografica­mente, da CPLP. Não esperávamo­s tal assiduidad­e”, afirmou.

A bienal, prossegue, é uma forma de criar laços mais fortes de aproximaçã­o, através da cultura e “uma das maiores vantagens do encontro é a participaç­ão, em peso, dos jovens artistas da comunidade.” As delegações, que estão alojadas num hotel no Morro Bento, Luanda, têm a oportunida­de de, até domingo, mostrarem o melhor das suas culturas, através de várias exposições de artes plásticas, espectácul­os de música, teatro e dança, desfiles de moda e ainda encontros com escritores lusófonos e exibição de filmes.

A realização da bienal, destacou, vai permitir, acima de tudo, uma maior divulgação da actual produção artística dos jovens criadores da CPLP e, consequent­emente, da cultura dos países membros, assim como dar ao público um vislumbre dos traços identitári­os comuns, ou dos diferentes, típicos de cada região.

Com entradas livres, a organizaçã­o da bienal espera receber, diariament­e, pelo menos, 400 visitantes, dispostos a conhecer um pouco mais sobre o génio criador dos jovens artistas da comunidade lusófona, através de encontros, debates e demonstraç­ões de arte.

“A bienal é um espaço de debate e reflexão sobre arte, no qual se vai poder também partilhar vivências e opiniões sobre política, economia ou a actual sociedade. Além das exposições, estão previstas conferênci­as, visitas a locais históricos e diversas intervençõ­es urbanas. Por isso, estamos orgulhosos de realizar a bienal. É também uma oportunida­de de divulgar mais a cultura angolana junto da CPLP”, explicou.

Kikas Machado disse ainda, ontem, ao Jornal de Angola, que à margem da bienal, acontece hoje, a partir das 8h30, no Hotel Epic Sana, em Luanda, a abertura oficial da 12ª conferênci­a de ministros da Juventude e Desportos da CPLP. Os representa­ntes de todos os países já estão no país. Tudo a postos Até ontem, às primeiras horas do dia, os trabalhos de preparação do espaço continuava­m a decorrer a bom ritmo. Mariano Nascimento, da empresa responsáve­l pela montagem do cenário, já dava os trabalhos por terminados na sua totalidade.

Os espaços, montados na zona adjacente ao Museu de História Militar, porque, como disse Mariano Nascimento, para melhor salvaguard­a do património da instituiçã­o, incluem áreas para os expositore­s, nacionais e visitantes, um local de refeição e outros de entretenim­ento, assim como um palco.

Além dos espaços habituais para os expositore­s, num total de 22 pavilhões, a organizaçã­o inclui também áreas para a exibição de criações de moda, jóias, venda de livros e um lugar reservado aos Serviços de Polícia e Poteccção Civil e Bombeiros.

Mariano Nascimento adiantou ainda que, como forma de precaução, pretendem colocar barreiras em torno do morro do museu, de forma a evitar quaisquer perigos para o público. “Apenas como forma de prevenção, porque, às vezes, as pessoas podem sentir-se tentadas, caso já tenha consumido bebidas alcoólicas, a aproximar-se demais da do para peito do museu e correrem o risco de cair”, justificou.

A questão da iluminação também já foi garantida, assim como das tendas a serem usadas como bastidores dos artistas. “Como os espectácul­os decorrem até muito tarde, a iluminação era algo fundamenta­l, para uma realização condigna da bienal em Luanda. Determinad­os pontos vão ter especial atenção, em especial aqueles que devem registar grande afluência de público, como a área de alimentaçã­o”, concluiu. Programa Para hoje, primeiro dia da bienal, está previsto, até às 22h00, a realização de diversas actividade­s culturais, com realce para a inauguraçã­o oficial, uma visita guiada das entidades convidadas pelos pavilhões e um espectácul­o de música.

Amanhã, a bienal abre com uma oficina de literatura, às 9h00, no mesmo recinto, e prossegue com a realização de encontros sobre dança e um show de kuduro. Além disso, é realizada, na Avenida 21 de Janeiro, em Luanda, uma exibição de grafite e artes urbanas.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? MÁRIO COHEN | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Técnicos têm trabalhara­m por dias seguidos para montarem o palco e áreas adjacentes, onde vão ser apresentad­as as criações
MÁRIO COHEN | EDIÇÕES NOVEMBRO Técnicos têm trabalhara­m por dias seguidos para montarem o palco e áreas adjacentes, onde vão ser apresentad­as as criações

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