Importação de farinha de trigo é para manter
Angola consome 60 mil toneladas de farinha de trigo por mês, 30 mil das quais vão continuar a ser importadas devido à fraca oferta da indústria nacional de moagens, cuja produção cobre apenas 30 por cento da procura, declarou o ministro do Comércio, citado numa nota oficial a que o Jornal de Angola teve ontem acesso.
Joffre Van-Dúnem proferiu estas declarações num encontro entre o seu pelouro e o da Indústria, com operadores da panificação e pastelaria realizado durante a semana, em Luanda, que solicitaram que o Governo decrete uma redução do preço da farinha de trigo dos actuais oito mil kwanzas pelo saco de 50 quilos.
O secretário de Estado da Indústria, Ivan do Prado, afirmou na ocasião que uma discussão e análise sobre o preço da farinha de trigo é o primeiro passo para que se resolvam os problemas dos industriais da classe, de forma a não prejudicar o consumidor final.
As questões que se colocam nessedomínioforamlevantadas pelo ministro do Comércio, que considerou que a importação de trigo para transformar nas moagens nacionais “fica mais caro”, mas, também, pelos representantes da Kikolo, Sociedade Industrial de Moagem, e das Grandes Moagens de Angola (GMA), que apresentaram inquietações relacionadas com a dificuldade de aquisição de divisas e o preço do grão importado.
O ministro do Comércio prometeu levar ao Governo a discussão sobre a contradição que prevalece entre o preço do pão, que é “vigiado”, ao abrigo do Decreto Executivo nº 62/16, e o da farinha de trigo, que é liberalizado.
“Infelizmente para o panificador, o preço do pão é fixado e vigiado com base no Decreto Executivo n.º 62/16 e não muda quando o empresário quer, diferente do produtor da farinha de trigo, um produto que tem o preço liberalizado”, disse Joffre Van-Dúnem, que teve um outro encontro, com membros da Direcção da Associação Agro-Pecuária de Angola (AAPA) e cerca de 20 representantes de grandes superfícies comerciais, tendo apelado a estes últimos a que paguem “com celeridade” as dívidas para com os fornecedores.