Jornal de Angola

Cidadão foi condenado por abuso de confiança

O réu Júlio Hermen de Azevedo Pascoal garantiu ter possibilid­ades de transferir divisas para o exterior do país

- Kilssia Ferreira

O Tribunal Provincial de Luanda condenou ontem, a cinco anos de cadeia, Júlio Herman de Azevedo Pascoal, por crime de abuso de confiança contra o cidadão Abel Marques, mas o advogado do réu interpôs recurso, aceite na ocasião pelo juiz da causa.

O réu foi igualmente condenado a indemnizar o ofendido no valor de 16 milhões de kwanzas e obrigado ainda a pagar 100 mil kwanzas de Taxa de Justiça.

Segundo ofendido Abel Marques, o réu Júlio Pascoal garantiu ter possibilid­ades de transferir divisas para o exterior do país, tendo recebido em Julho de 2017 a quantia de 10 milhões de kwanzas, que seriam convertido­s em euros, para enviar a Portugal, em duas coordenada­s bancárias.

O ofendido contou que depositou os dez milhões de kwanzas, repartidos em cada uma das coordenada­s bancárias fornecidas pelo réu e as transferên­cias foram efectuadas com sucessos.

Durante a audiência de julgamento que decorreu na 3ª Secção da Sala dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, o ofendido disse que dias depois solicitou mais uma vez ao réu a realização de uma outra operação, desta no valor de 3.400.000 kwanzas para converter em euros e transferir novamente para Portugal.

Abel Marques explicou que alguns dias depois, o réu procedeu à devolução dos valores alegando dificuldad­es em efectuar a operação. O ofendido disse também, que com base na confiança que tinha com Júlio Pascoal, aproveitou a sua ida a Portugal e entregou-lhe um cartão de crédito Visa, com instruções para movimentar 7.000 mil euros e entregar após o seu regresso ao país.

Abel Marques disse em Tribunal que o réu apenas entregou-lhe 2.500 euros, com a promessa de os devolver, coisa que, entretanto, não honrou até ao momento, mas o desentendi­mento com Júlio Pascoal, que motivou a apresentaç­ão de queixa-crime, surgiu em Agosto de 2017, após a entrega de mais 20 milhões de kwanzas, que deviam ser transferid­os para Portugal nos mesmos moldes.

Depois de entregar os 20 milhões de kwanzas, o ofendido notou que o réu evitava contacto, mas alegava que a transferên­cia ia ser feita a qualquer momento e que estava frequentem­ente a viajar em missão de serviço.

O ofendido apercebend­o-se do comportame­nto do amigo, decidiu ir ao encontro em sua casa e descobriu que já não residia ali, faz tempo e, acto contínuo, tinha os telefones desligados.

Entretanto, o cidadão Júlio Herman Pascoal, embora tivesse respondido este caso em liberdade, o mesmo encontrase detido por um outro processo também de burla, tornando-se assim reincident­e.

Professora multada

A 3ª Secção da Sala dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda “Palácio Dona Ana Joaquina”, condenou a professora Mariana da Silva, a um mês de multa, a razão diária de 40 kwanzas, pelo crime de danos a viatura de terceiro.

No dia 12 de Agosto de 2018, a ré perdeu o controlo da viatura de marca Hyundai, modelo I10, e embateu na parte frontal de um Mercedes Benz, pertencent­e à cidadã Victória do Espírito Santo, devidament­e estacionad­a.

A ré disse que não reparou os danos da referida viatura, porque não houve, na altura, consenso com a parte lesada, devido ao elevado orçamento apresentad­o pelo mecânico da ofendida, tendo proposto um técnico de sua confiança, mas foi prontament­e rejeitada.

O Tribunal obrigou a ré a reparar a viatura, orçada em130 mil kwanzas, bem como a pagar uma indemnizaç­ão à ofendida no valor de 140 mil kwanza, Taxa de Justiça de 70 mil kwanzas e 5.000 kwanzas a favor do defensor oficioso.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Julgamento decorreu no Tribunal Provincial de Luanda, Palácio Dona Ana Joaquina

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