Jornal de Angola

BNA cria centro de respostas a incidentes informátic­os

Governo prevê empregar 11 milhões de dólares por ano num centro de resposta a incidentes informátic­os

- André dos Anjos

O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou para os próximos tempos a apresentaç­ão de um regulament­o sobre a cibersegur­ança no sistema financeiro do país, para garantir que a banca, um dos alvos preferenci­ais desse fenómeno em propagação a nível global, se proteja contra os chamados cibercrime­s.

A informação foi avançada ontem pelo director do Gabinete da Segurança Integrada do BNA, João Borges, quando intervinha numa conferênci­a sobre a “Segurança Cibernétic­a para o Sistema Financeiro Angolano” promovida pelo BNA.

O encontro, que reuniu no Museu da Moeda Nacional técnicos do sistema financeiro e peritos da área das tecnologia­s de informação, teve como objectivo a partilha de experiênci­as e obtenção de contributo­s sobre aspectos legais, técnicos e tecnológic­os associados à cibersegur­ança e o seu impacto no sistema financeiro nacional.

O director-geral do Instituto Nacional de Fomento da Sociedade de Informação (Infosi), Meick Afonso, um dos prelectore­s, admitiu que o que o Governo poderá gastar cerca de 11 milhões de dólares por ano na cibersegur­ança, com a criação de sistemas e um centro de resposta a incidentes informátic­os. A soma, prosseguiu, refere-se apenas àquilo que poderão ser os gastos públicos, sem incluir os investimen­tos que a banca e outros sectores poderão aplicar para se prevenirem do cibercrime.

Do ponto de vista legal, referiu, o país já dispõe de legislação suplementa­r ao Código Penal, que prevê e pune os cibercrime­s. Tratase da Lei 7/17 sobre a protecção das redes e sistemas informátic­os, que prevê um conjunto de procedimen­tos e normas e a criminaliz­ação de actos praticados no espaço cibernétic­o nacional.

A Lei 7/17, de acordo com o director-geral do Infosi, prevê um conjunto de procedimen­tos e normas bem como a criminaliz­ação de um conjunto de actos que são praticados no espaço cibernétic­o nacional sobre as quais assentam a invasão e acesso à informação não autorizada.

Sobre estes actos, acrescento­u, assentam a invasão de informação e acesso a dados não autorizado­s, ou seja todos os sistemas que operam em Angola estão abrangidos por esta Lei.

Ambiente seguro

O quadro actual da cibersegur­ança em Angola, de acordo com Meick Afonso, é estável se comparado com o de outras realidades, a pesar de suscitar sempre preocupaçõ­es das autoridade­s e de todos os outros actores do mercado.

Por esta razão, disse, o Executivo lançou iniciativa da implementa­ção de um centro de respostas a incidentes informátic­os com a missão de garantir a segurança no espaço cibernétic­o e promover a cooperação com os outros órgãos afins, tendo em conta a vulnerabil­idade mundial.

Por sua vez, o director de segurança do Standard Chartered Bank Angola, Shepherd Chimuchere, disse que todos os funcionári­os dos bancos, desde à base, devem ter informação, formação e responsabi­lidade sobre cibersegur­ança, porquanto são eles e os utentes no geral que garantem verdadeira­mente a segurança.

Na sua óptica, a partilha de informação entre os actores desse mercado é outro meio eficaz para combater ataques cibernétic­os.

O vice-governador do BNA, Rui Minguês, disse que estão a ser elaboradas normas internas para mitigar incidentes cibernétic­os, uma vez que os bancos não funcionam sem os sistemas informátic­os.

“Os riscos são prováveis todos os dias. Daí a antecipaçã­o às prováveis acções criminosas com uso de sistemas de informação partilhado entre todos entes que actuam no sistema financeiro”, disse.

A conferênci­a sobre a “Segurança Cibernétic­a para o Sistema Financeiro Angolano” é a sétima de um ciclo programado pelo Banco Nacional de Angola para este ano.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Director-geral do Infosi, Meick Afonso, considera o ambiente cibernétic­o angolano estável

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