Estado perde quase metade dos perímetros florestais
O Estado perdeu uma área de 48 mil hectares de florestas plantadas, ficando com apenas 54 337 mil hectares de eucalipto e pinho, declarou o secretário de Estado para as Florestas, André de Jesus Moda.
Falando à imprensa na apresentação do Plano Estratégico de Intervenção nos Perímetros Florestas Públicos, André Moda indicou que ocorre uma devastação protagonizada, principalmente, por exploradores ilegais conhecidos por “garimpeiros”, embora também ocorra pela ocupação de espaços consagrados à florestação. “Trabalhámos um período de sete anos para a recuperação dos espaços, mas nem com isso foi possível parar as invasões”, lamentou o secretário de Estado, anunciando que, para proteger esse bem público, o Governo decidiu transferir a tutela dos Perímetros Florestais Públicos para o Ministério da Agricultura e Florestas.
A gestão e exploração dos perímetros florestais esteve regida, desde Novembro de 2015, por um acordo celebrado entre o Ministério da Indústria e o Fundo Soberano de Angola, envolvendo a empresa contratada deste último organismo Estrela da Floresta. A assinatura do termo de transferência da tutela dos Perímetros Florestais Públicos, segundo André Moda, está prevista para o dia 29 do corrente mês de Julho, com o Ministério da Indústria a passar a gestão para o da Agricultura e Florestas.
A nova estratégia de intervenção nos perímetros florestais é cedida a empresas privadas para a implementação de projectos de investimento, num programa que é executado ao longo de dez anos e, consoante os resultados, pode ser estendido para 25.
Nesse domínio, o secretário de Estado considera ser necessário contornar o estado de degradação das plantações florestais públicas, renovar e expandir as actuais áreas para melhor aproveitamento de ponto de vista social, económico e florestal. Na nova gestão, o Fundo Soberano de Angola terá o papel de investidor, por ser uma instituição capaz de atrair investimentos externos para o sector, com destaque para os capitais privados, afirmou.
O Fundo Soberano já investiu cerca de 32 milhões de dólares nos perímetros florestais, dispondo de mais de 400 hectares já plantados com eucaliptos e pinho, em plantações destinadas à fabrica de papel a ser construída no Alto Catumbela, em Benguela.