Jornal de Angola

Seis em cada dez angolanos sem acesso à electricid­ade

- César Esteves

Seis em cada dez angolanos não têm acesso à electricid­ade, um problema que pode ser resolvido caso se aposte num sistema de energia solar de baixo custo, afirmou ontem, em Luanda, o representa­nte do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (PNUD), em Angola, Henrik Larsen.

Ao intervir no 4º Fórum sobre Responsabi­lidade Social e Cidadania, promovido pela empresa TheBridgeG­lobal, o funcionári­o das Nações Unidas ressaltou que o custo de um gerador é mais alto que o da energia solar.

Segundo Henrik Larsen, fora de Luanda, um gerador constitui a única opção de muitas famílias. O responsáve­l destacou o esforço do PNUD destinado a mobilizar o sector privado para investir em energia limpa e garantir o acesso de energia para todos.

Henrik Larsen defende maior envolvimen­to do sector privado no desenvolvi­mento de Angola, por entender que esta área tem uma grande oportunida­de para fazer a diferença neste processo.

No último ano, o Fórum Económico Mundial e a Conferênci­a das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvi­mento (UNCTAD) e outras instituiçõ­es, estimaram que, para se alcançar os Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS), até 2030, será necessário um investimen­to total anual de cinco a sete triliões de dólares, incluindo 3.9 triliões por ano, nos países em desenvolvi­mento.

Embora os 193 países membros das Nações Unidas tenham assumido o compromiss­o de abraçar o ODS, avançou Henrik Larsen, é evidente que tal valor não pode ser unicamente assumido pelos governos, o que desperta a importânci­a da actuação do sector privado no processo de transição para as economias baseadas nos princípios do desenvolvi­mento sustentáve­l.

"Desde o ano passado, o PNUD tem lançado um desafio às empresas para um engajament­o em negócios que proporcion­e transforma­ção e impacto na sociedade e nas comunidade­s", frisou.

Acrescento­u que os investimen­tos das empresas, através do projecto Responsabi­lidade Social Empresaria­l, uma iniciativa da The BridgeGlob­al, deve ir além da zona de conforto.

O representa­nte do PNUD sublinhou o facto de, actualment­e, muitas empresas, a nível global, estarem já a actuar na aplicação dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l, tornando-se, inclusive, signatária­s do Pacto Global.

O secretário de Estado da Cultura, Aguinaldo Cristóvão, que abriu o 4º Fórum de Responsabi­lidade Social e Cidadania, disse que o Estado tem, no domínio das políticas públicas, muitas responsabi­lidades e que procura atendê-las todas.

Aguinaldo Cristóvão sublinhou que a solução dos grandes problemas do país passa por um compromiss­o que deve ser assumido com o sector privado, bem como com o envolvimen­to dos cidadãos.

Ruth Mixinge, secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher, felicitou a empresa The Bridge Global por ter promovido um encontro no qual se discutiu a responsabi­lidade social e cidadania no país, tendo acrescenta­ndo que as instituiçõ­es empresaria­is devem funcionar como uma complement­aridade dos desafios do Executivo.

Leonor Sá Machado, directora executiva da The Bridge Global, disse haver no país muitas empresas já com a cultura de responsabi­lidade. "Isso mostra a vontade da classe empresaria­l e das ONG, chamadas de terceiro sector, em participar no desenvolvi­mento do país", frisou.

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ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO | HUILA Um elevado número de habitantes sem acesso à electricid­ade

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