Banco Mundial aprova fundos para electricidade
No mesmo dia em que aprovou o projecto de águas Bita para Luanda, avaliado em 500 milhões de dólares, o Banco Mundial (BM) decidiu a favor de um pacote financeiro de 250 milhões de dólares para o sector angolano da energia, revelou ontem, em Luanda, o director do Gabinete de Estudos e Estatística (GEPE) do Ministério da Energia e Águas (Minea).
“Com o Banco Mundial estão a ser dados os primeiros passos no domínio do sector eléctrico”, sublinhou José Salgueiro na abertura do 9º Conselho Consultivo do Minea, insistindo em que, “no dia 17 deste mês, paralelamente ao projecto de águas do Bita, foi anunciada a aprovação de um pacote de 250 milhões de dólares para o apoio ao sector da electricidade” em Angola.
De realçar que dentre os pacotes aprovados no “Angola Day”, o BM autorizou um pacote de 1,32 mil milhões de dólares, em que 500 milhões são destinados ao projecto de águas Bita, uma soma semelhante a favor de um programa de Políticas de Desenvolvimento (DPO) e 320 milhões para apoio ao Sistema de Protecção Social, sendo essa a primeira referência pública ao financiamento da instituição multilateral ao sector da energia.
Quatrocentos mil contadores para pré-pagamento de energia deverão ser adquiridos para a instalação no sistema de consumo, num processo de elevação da cobrança que vai viabilizar a introdução de capital privado no sector, como preconizam as decisões do Governo relativas ao crescimento da produção, transportes e distribuição de electricidade, de acordo com o director do GEPE.
José Salgueiro indicou que esse programa vai ser liderado pelo BM, enquanto o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) está envolvido na operação com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AfD).
Adiantou que, nesta altura, um terço do projecto para um milhão de ligações domiciliares eléctricas até 2022 já foi concluído, numa empreitada que ocorre com uma média prevista de 200 mil ligações por ano.
José Salgueiro garantiu que o BM, BAD e outras agências multilaterais estão disponíveis para financiar e dar garantias à participação do capital privado no sector da energia. “Já foi dado um passo neste sentido, com a contratação de um consultor para a elaboração dos estudos dos procedimentos legais, conforme a legislação em vigor, assim como para criar mecanismos que garantam segurança ao investidor privado”, apontou.
Água para Luanda
Mais tarde, ao falar à imprensa sobre o abastecimento de água na capital do país, José Salgueiro disse que os projectos de desenvolvimento do Bita e do Quilonga Grande têm uma capacidade cada de seis metros cúbicos por segundo, suficiente para prover o sistema de distribuição da capital do país.
No referido projecto, declarou o director do GEPE, foi incluída também uma rede de distribuição associada que abrangerá a zona Sul de Luanda, a interligar com a rede já implantada, de modo a garantir o fornecimento de água ao casco urbano.
O 9º Conselho Consultivo do Ministério da Energia e Águas, que decorre sob o lema “Água e Energia: melhoria do serviço com foco na sustentabilidade”, reúne directores nacionais e membros dos conselhos de administração das empresas públicas do sector para discutir, em vários painéis, temas como gestão do potencial hídrico nacional e das águas transfronteiriças, bem como a produção de energia eléctrica.