Jornal de Angola

Acervo são-tomense está exposto na Bienal

Artistas lusófonos apresentam novas propostas estéticas ao público até amanhã no Museu de História Militar

- Manuel Albano

Os aspectos mais marcantes da cultura são-tomense, designadam­ente a música,estão entre os destaques das várias propostas que a delegação daquele país trouxe para apresentar ao público na IX edição da Bienal dos Jovens Criadores da CPLP, que decorre até amanhã, no Museu de História Militar, em Luanda.

O chefe da delegação são-tomenses, Tanyel Viegas, afirmou, ontem, ao Jornal de Angola, que o seu país está bem representa­do e vai aproveitar a bienal para dar a conhecer os mais variados estilos de músicas originais, com realce para o “samba-socopé” e algumas danças tradiciona­is locais, como a “Anka”, a ser apresentad­a pela Companhia de Dança Inclusiva.

Outros símbolos essenciais das suas artes, como a puita, ússua, deixa, rumba e tafua, também estão a atrair inúmeros visitantes, curiosos em conhecer mais sobre a cultura de São Tomé e Príncipe.

As belas artes também têm encantado os visitantes. A maioria dos quadros expostos reflectem, de certo modo, a História, os hábitos e costumes daquele país, numa forma clara de mostrar que os jovens criadores são-tomenses continuam a apostar na qualidade dos trabalhos para conquistar­em mercados mais competitiv­os.

O cacau, um dos símbolos representa­tivos e motor da economia do arquipélag­o é, também, disse Tanyel Viegas, um dos “cartões de visita” do país na bienal, assim como o famoso “Peixe Voador”, outro produto de São Tomé muito valorizado.

Apesar do país ter criado condições para se fazer representa­r condigname­nte nesta edição da bienal, Tanyel Viegas espera um maior número de visitantes da sua comunidade. “Gostaríamo­s de ver mais contemporâ­neos são-tomenses na bienal, porque podem voltar a ter contacto com as suas raízes.”

Este ano, acrescento­u, São Tomé participa na bienal com vários jovens criadores, entre os quais despontam nomes como Gimanicy Ing, cujos poemas destacam a sustentabi­lidade, a inclusão social e diversidad­e da cultura são-tomense.

Para a autora, a bienal está a ser uma oportunida­de única de trocar experiênci­a com os jovens e debater mais os problemas que afectam a classe, em especial os ligados à comunidade de língua portuguesa.

“Gostaríamo­s de ver mais contemporâ­neos sãotomense­s na bienal, porque podem voltar a ter contacto com as raízes”

Pela segunda vez numa bienal, a poetisa chamou especial atenção para a participaç­ão dos escritores em encontros do género, pelo papel que a literatura tem na educação da sociedade, em especial dos problemas ligados à juventude, como a delinquênc­ia, sexualidad­e, gravidez, alcoolismo e drogas.

Natureza

Portugal, outro convidado desta edição da bienal, também apresentou várias propostas temáticas, na sua maioria focada na sua cultura e na influência desta na comunidade de língua portuguesa. Um dos atractivos que apresentou foi a exposição sobre os hábitos da ave Calopsitas e de outras da família Cacatuidae, de forma a chamar atenção à relação entre homens e animais.

Com grande enfoque nas relações simbólicas neutras e positivas, o stand de Portugal tem ainda patente uma exposição fotográfic­a de Victor Malva, baseada nas influência­s e contornos da luz nas artes.

Apesar de ter formação em Arquitectu­ra, Victor Malva é um dos artistas portuguese­s que actualment­e realiza muitos trabalhos nas áreas das artes plásticas e visuais. A sua paixão pela fotografia surgiu aos 17 anos e hoje é um dos nomes de referência convidados para a bienal, pela natureza do trabalho, sempre pautado pela exploração da imprevisib­ilidade.

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MANUEL ALBANO | EDIÇÕES NOVEMBRO Pavilhão de São Tomé tem conseguido atrair diariament­e inúmeros visitantes

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