Lobito pronto para receber comboio trans-africano
Lobito tem recebido vários navios de cruzeiros, preparando-se agora para acolher o Comboio Turístico de Luxo, cujos 50 ocupantes de várias nacionalidades vão tomar contacto directo com a cultura local
“Esta viagem pelo Corredor do Lobito é oportuna, porque vai permitir identificar o potencial turístico, ambiental e cultural da região. É óptimo ter oportunidade de receber na nossa cidade este comboio trans-africano”, disse ao
Jornal de Angola o agente de turismo Mário Brás.
O interlocutor destacou a ligação da actividade turística a diversas atracções que a província de Benguela pode proporcionar aos visitantes, com realce para a área cultural e o impacto directo no consumo.
“Esta é uma nova era que se abre para a nossa cidade que é bastante acolhedora”, garantiu.
Na óptica do operador turístico, a digressão pode resultar em pesquisa do potencial da região, tendo em conta que a diversidade estimula a criatividade dos empresários. Mário Brás acredita que, na sequência de actividades semelhantes, abre-se a possibilidade de empresários instalarem os negócios ao longo do Corredor do Lobito.
Com vasta tradição como destino turístico, Lobito tem recebido vários navios cruzeiro, preparando-se agora para acolher o Comboio Turístico de Luxo, cujos 50 ocupantes de várias nacionalidades vão tomar contacto directo com a cultura local.
Para o lazer dos visitantes, os lobitangas fazem questão de mostrar os flamingos que ocupam lugar de destaque na fauna da localidade. Estão, igualmente, previstas visitas a locais históricos, actividades de entretenimento, jantar com frutos do mar, dança e momentos de moda, segundo revelou Mário Brás.
A também designada “sala de visitas” da província de Benguela é hoje uma cidade que beneficia de melhorias substanciais nos seus jardins e serviços básicos. Foram colocados novos cabos eléctricos para melhorar a qualidade de distribuição da energia e serviços afins. A urbe tem, em pleno funcionamento, os principais serviços, como restaurantes, centros comerciais, supermercados, livrarias, bancos lavandarias e ginásios.
O professor universitário José Bocassa valoriza a possibilidade dos turistas tomarem contacto com o potencial económico da região e perceberem que a partir do Porto Lobito (que é banhado pelo Oceano Atlântico) podem exportar ou importar mercadoria para qualquer parte do mundo.
O docente considera que “o CFB representa estrategicamente uma mais valia na interligação com várias regiões do continente, devido ao potencial de desenvolvimento do Corredor do Lobito, que envolve o porto local e o Aeroporto Internacional da Catumbela”.
À guisa de incentivo, o académico lançou o repto ao empresariado local, no sentido de agarrar as oportunidades.
“O futuro de Angola passa pela aposta no turismo. É altura dos pequenos empreendedores começarem a pensar seriamente neste segmento de negócio, que pode ser muito lucrativo se tiverem faro na procura da oportunidade. Empreendimentos nesta área vão retirar milhares de jovens do desemprego e criar empresas que beneficiam as pessoas. Localmente, devemos ter espírito de missão, para tirar o maior proveito possível da passagem desta importante caravana”.
As principais infra-estruturas de transporte que integram o Corredor do Lobito são o Porto do Lobito, Caminho-de-Ferro de Benguela e o Aeroporto Internacional da Catumbela. Complementam a importante via de circulação de pessoas e bens os aeródromos provinciais de Benguela, Huambo, Cuito e Luena.
O Corredor do Lobito facilita o acesso ao mar às províncias do Huambo, Bié e Moxico, além das regiões fronteiriças da RDC e da Zâmbia. Constitui o eixo de exportação mais económico para os recursos minerais destes dois países, rumo à Europa e América. No sentido inverso, permite igualmente a importação de mercadorias para a subregião Litoral da SADC.