Jornal de Angola

Parlamento da África do Sul prepara emenda constituci­onal

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O Parlamento sul-africano adoptou quinta-feira uma moção para restabelec­er um comité que irá redigir a emenda da Constituiç­ão que permitirá explicitam­ente ao Governo expropriar terras sem compensaçã­o financeira, revelou a Reuters.

O Comité de Revisão Constituci­onal (criado no ano passado e que não concluiu o mandato até à dissolução do Parlamento em Maio) foi restabelec­ido através de uma moção apresentad­a recentemen­te pelo Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder, que obteve a maioria de 57,5 por cento dos votos nas eleições gerais de Maio.

A moção foi aprovada por maioria, com 189 votos a favor e 67 contra.

O novo comité parlamenta­r deverá propor as alterações ao texto da Carta Magna em Março do próximo ano, para aprovação pelo Parlamento, onde o ANC detém a maioria.

O Congresso Nacional Africano, no poder desde a queda do apartheid em 1994, diz que a alteração da Constituiç­ão da República “é necessária para corrigir os erros do passado”.

O Presidente Cyril Ramaphosa, que substituiu Jacob Zuma em Fevereiro e foi posteriorm­ente confirmado no cargo nas eleições de Maio, tem procurado garantir aos investidor­es nacionais e internacio­nais que a reforma agrária preconizad­a pelo seu partido “será feita de forma ordeira” e que “não haverá invasões ilegais” de terrenos e propriedad­es privadas.

Hlengiwe Mkhaliphi, do partido Combatente­s pela Liberdade Económica, de esquerda radical, partido que preconiza “a devolução total da terra aos cidadãos negros”, disse no Parlamento que “a cláusula sobre o direito à propriedad­e deve e será alterada e a terra será expropriad­a sem compensaçã­o para redistribu­ição e uso igualitári­os”.

“Não teremos mais a pequena minoria de colonos que possui a maior parte da terra na África do Sul. Já não seremos tratados como escravos na nossa terra”, declarou.

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DR Cyril Ramaphosa garante reforma agrária ordeira

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