Camponeses estão a receber instrumentos de trabalho
Objectivo da administração municipal é minimizar as dificuldades que os homens do campo vivem, contribuir para o aumento da produção de alimentos, bem como garantir a sustentabilidade das famílias nas comunidades
Camponeses organizados em associações agrícolas e pequenos agricultores em Cangola, província do Uíge, estão, desde o princípio do ano em curso, a beneficiar de enxadas, catanas, limas, sementes e botas de borracha, visando o aumento da produção no município, informou ontem, ao Jornal de Angola, o administrador Pedro Cogi Zua.
“O nosso objectivo é minimizar as dificuldades que os camponeses vivem, contribuir para o aumento da produção de alimentos, bem como garantir a sustentabilidade das famílias”, sublinhou o administrador Pedro Zua, acrescentando que Cangola possui um potencial agrícola invejável, que precisa de investidores.
No quadro do programa de combate à pobreza, a administração está a adquirir máquinas de lavoura, como tractores, alfaias e charruas, para fomentar a agricultura mecanizada, segundo o administrador Pedro Zua, que aconselha os camponeses a organizarem-se em associações, para mais facilmente beneficiarem de apoio.
“Não podemos contar com um desenvolvimento agrícola se a população continuar a trabalhar manualmente com catanas e enxadas. A administração está a trabalhar no sentido de adquirir máquinas de lavoura, para que se cultive em grande escala, e a apoiar os camponeses, visto que a região oferece terras férteis, que não necessitam de correcção”, afirmou.
Pedro Cogi Zua louvou a iniciativa de alguns empresários, como os da empresa agrícola Werle, que está a produzir melancia em grandes quantidades, batata-doce e rena, ginguba e quiabo, bem com os da empresa AMA, dedicada à criação de gado bovino, caprino e aves, plantação de bananal e mandioca, e os da empresa agrícola DNAC, que estão a explorar o potencial agrícola de Cangola, cujo resultados são satisfatórios.
O engenheiro agrónomo e responsável da empresa agrícola Werle, Joaquim Pedro, destacou o potencial agrícola de Cangola como um dos maiores e melhores de Angola. “Estamos a produzir em grandes quantidades uma variedade de batata-doce proveniente da África do Sul e de Israel. O município de Cangola tem terras para produzir quase tudo, como batata-doce, mandioca, melancia, arroz, feijão, milho, quiabo, cenoura, batata rena, repolho e outras culturas, mesmo sem se efectuar correcção dos solos.”
Joaquim Pedro avançou que a produção de melancia é uma das maiores apostas da empresa Werle, visto que a experiência piloto, num perímetro de dois hectares, possibilitou a produção de mais de 250 toneladas.
“Na próxima época agrícola, vamos produzir em grande escala a batata-doce da variedade israelita e da África do Sul, batata rena, milho, ginguba, mandioca, bem como desenvolver a piscicultura”, garantiu.
Energia e água
O município de Cangola enfrenta dificuldades no fornecimento de energia eléctrica, segundo o administrador Pedro Zua. “Temos um grupo gerador de 690 kva, que funciona com dificuldades, porque carece de manutenção e a sua capacidade não permite fornecer energia a toda a população da sede do município de Cangola.”
Pedro Cogi Zua garantiu que a administração municipal de Cangola está a criar os mecanismos adequados para melhorar o fornecimento de energia eléctrica à população, no quadro das prioridades do Programa Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM).
A população de Cangola beneficia de água potável, através de um sistema de captação e distribuição da época colonial, que já não corresponde à necessidade, devido ao aumento da população. “De acordo com a demanda dos habitantes na sede, há a necessidade de se alargar a rede, para que possa atingir os bairros periféricos.”
Segundo o administrador Pedro Zua, em Cangola existe um tanque com capacidade para 12 mil metros cúbicos, mas, devido à procura, são necessários 30 mil metros cúbicos e mais de 20 chafarizes e lavandarias.
A administração, acrescentou Pedro Zua, prevê extrair água no rio Cuílo, com um caudal favorável, a cerca de oito quilómetros da sede do município.
Cangola está localizado a sudeste da província do Uíge, limitado a norte com o município do Puri, a sul com os municípios de Massango e Calandula, na província de Malanje, a leste com o Sanza Pombo e a oeste com Ambaca e Negage.
Com uma superfície de 2.875 quilómetros quadrados, o município de Cangola possui 52.004 habitantes, distribuídos em duas comunas (Caiongo e Bengo), 22 regedorias e 119 aldeias.