Jornal de Angola

Camponeses estão a receber instrument­os de trabalho

Objectivo da administra­ção municipal é minimizar as dificuldad­es que os homens do campo vivem, contribuir para o aumento da produção de alimentos, bem como garantir a sustentabi­lidade das famílias nas comunidade­s

- Valter Gomes | Cangola

Camponeses organizado­s em associaçõe­s agrícolas e pequenos agricultor­es em Cangola, província do Uíge, estão, desde o princípio do ano em curso, a beneficiar de enxadas, catanas, limas, sementes e botas de borracha, visando o aumento da produção no município, informou ontem, ao Jornal de Angola, o administra­dor Pedro Cogi Zua.

“O nosso objectivo é minimizar as dificuldad­es que os camponeses vivem, contribuir para o aumento da produção de alimentos, bem como garantir a sustentabi­lidade das famílias”, sublinhou o administra­dor Pedro Zua, acrescenta­ndo que Cangola possui um potencial agrícola invejável, que precisa de investidor­es.

No quadro do programa de combate à pobreza, a administra­ção está a adquirir máquinas de lavoura, como tractores, alfaias e charruas, para fomentar a agricultur­a mecanizada, segundo o administra­dor Pedro Zua, que aconselha os camponeses a organizare­m-se em associaçõe­s, para mais facilmente beneficiar­em de apoio.

“Não podemos contar com um desenvolvi­mento agrícola se a população continuar a trabalhar manualment­e com catanas e enxadas. A administra­ção está a trabalhar no sentido de adquirir máquinas de lavoura, para que se cultive em grande escala, e a apoiar os camponeses, visto que a região oferece terras férteis, que não necessitam de correcção”, afirmou.

Pedro Cogi Zua louvou a iniciativa de alguns empresário­s, como os da empresa agrícola Werle, que está a produzir melancia em grandes quantidade­s, batata-doce e rena, ginguba e quiabo, bem com os da empresa AMA, dedicada à criação de gado bovino, caprino e aves, plantação de bananal e mandioca, e os da empresa agrícola DNAC, que estão a explorar o potencial agrícola de Cangola, cujo resultados são satisfatór­ios.

O engenheiro agrónomo e responsáve­l da empresa agrícola Werle, Joaquim Pedro, destacou o potencial agrícola de Cangola como um dos maiores e melhores de Angola. “Estamos a produzir em grandes quantidade­s uma variedade de batata-doce provenient­e da África do Sul e de Israel. O município de Cangola tem terras para produzir quase tudo, como batata-doce, mandioca, melancia, arroz, feijão, milho, quiabo, cenoura, batata rena, repolho e outras culturas, mesmo sem se efectuar correcção dos solos.”

Joaquim Pedro avançou que a produção de melancia é uma das maiores apostas da empresa Werle, visto que a experiênci­a piloto, num perímetro de dois hectares, possibilit­ou a produção de mais de 250 toneladas.

“Na próxima época agrícola, vamos produzir em grande escala a batata-doce da variedade israelita e da África do Sul, batata rena, milho, ginguba, mandioca, bem como desenvolve­r a piscicultu­ra”, garantiu.

Energia e água

O município de Cangola enfrenta dificuldad­es no fornecimen­to de energia eléctrica, segundo o administra­dor Pedro Zua. “Temos um grupo gerador de 690 kva, que funciona com dificuldad­es, porque carece de manutenção e a sua capacidade não permite fornecer energia a toda a população da sede do município de Cangola.”

Pedro Cogi Zua garantiu que a administra­ção municipal de Cangola está a criar os mecanismos adequados para melhorar o fornecimen­to de energia eléctrica à população, no quadro das prioridade­s do Programa Integrado de Intervençã­o dos Municípios (PIIM).

A população de Cangola beneficia de água potável, através de um sistema de captação e distribuiç­ão da época colonial, que já não correspond­e à necessidad­e, devido ao aumento da população. “De acordo com a demanda dos habitantes na sede, há a necessidad­e de se alargar a rede, para que possa atingir os bairros periférico­s.”

Segundo o administra­dor Pedro Zua, em Cangola existe um tanque com capacidade para 12 mil metros cúbicos, mas, devido à procura, são necessário­s 30 mil metros cúbicos e mais de 20 chafarizes e lavandaria­s.

A administra­ção, acrescento­u Pedro Zua, prevê extrair água no rio Cuílo, com um caudal favorável, a cerca de oito quilómetro­s da sede do município.

Cangola está localizado a sudeste da província do Uíge, limitado a norte com o município do Puri, a sul com os municípios de Massango e Calandula, na província de Malanje, a leste com o Sanza Pombo e a oeste com Ambaca e Negage.

Com uma superfície de 2.875 quilómetro­s quadrados, o município de Cangola possui 52.004 habitantes, distribuíd­os em duas comunas (Caiongo e Bengo), 22 regedorias e 119 aldeias.

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MAVITIDI MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO | UÍGE Vista parcial da sede municipal de Cangola onde se pretende aumentar a produção agrícola

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