Parques nacionais vão ser geridos por americanos e sul-africanos
O Ministério do Ambiente deu um período de concessão de 20 anos, para que os investidores estrangeiros tenham tempo para melhorar as infra-estruturas
Ambientalistas norteamericanos e sul-africanos vão gerir, por um período de 20 anos, os parques nacionais, sem envolver custos financeiros para o Estado.
Ambientalistas norte-americanos e sul-africanos vão gerir, por um período de 20 anos, os parques nacionais, sem envolver custos financeiros para o Estado, numa primeira fase, fruto de um acordo firmado, domingo à noite, em Luanda, entre o Ministério do Ambiente e entidades vocacionadas à preservação ambiental.
No âmbito do acordo, os ambientalistas estrangeiros e uma delegação do Ministério do Ambiente, chefiada pela titular da pasta, Paula Coelho, encontra-se desde ontem de manhã, na província do Cuando Cubango, para um trabalho de constatação dos Parques Nacionais da Mavinga e Luengue Luiana.
Na província do Cuando Cubango, pretende-se fazer a apresentação das áreas de conservação que tenham potencial de investimento e actividade ecológica, para cativar o interesse do sector privado, nacional e estrangeiro, no âmbito dos contactos estabelecidos pelo Governo com os parceiros da plataforma International Conservation Caucus Foundation (ICCF).
O objectivo é promover investimentos de actividades ecológicas sustentáveis, reforçar a cooperação bilateral, com as organizações internacionais, e fomentar a melhoria da qualidade de vida das comunidades das áreas circundantes de conservação.
O director-geral do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação, Aristófanes Pontes, referiu que a visita engloba o Parque de Luengue Luiana, as áreas do Sacha, Ribeira, Boa fé, Bico e Luiana, onde existem assentamentos ou comunas com animais, com uma biodiversidade muito alta e vegetação.
“O objectivo é fazer com que as populações destas comunidades estejam envolvidas na gestão dos parques. Esta visita técnica, serve para consolidar o que foi visto na primeira missão, onde foram realizados levantamentos específicos, para tomada de decisões, cujas concessões terão um período de 20 anos de exploração. No Iona, o projecto já começou a ser implementado”, disse o director.
Aristófanes Pontes explicou que os investidores estrangeiros vão colocar à disposição dos parques todas infra-estruturas e serviços necessários para a gestão, concretamente, o fomento de actividades ecológicas, como o ecoturismo, reabilitação de vias, abertura de picadas, construção de “lounges”, recrutamento de fiscais e aquisição de equipamentos.
“A gestão dos parques pode incluir a importação de alguns animais, caso haja necessidade de repovoamento de determinadas espécies”, disse para acrescentar que os parques têm tido uma gestão com dificuldades, porque é necessário muitos recursos”.
A caça furtiva continua a ser um problema no país, mas as autoridades estão a trabalhar com a Procuradoria Geral da República (PGR) e outras entidades do Estado, para elaborar legislação capaz de minimizar os crimes que têm assolado a biodiversidade.
Em Angola, existem seis parques nacionais, além de sete outras reservas naturais. Juntos, eles cobrem uma área de 82 mil quilómetros quadrados, o que corresponde a cerca de 6.6 por cento do território nacional.
Os oito parques nacionais de Angola são: Quiçama, Cangandala, Bicuar, Iona, Cameia, Mupa, Mavinga e Luengue Luiana.