Jornal de Angola

Cabo Verde organiza próxima Bienal de Jovens Criadores

- Manuel Albano

Cabo Verde é o país escolhido para organizar a 10ª edição da Bienal dos Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 2021, com base no calendário rotativo elaborado pela Conferênci­a de Ministros da Juventude e Desportos da comunidade.

O porta-voz do projecto, Kikas Machado, explicou, ontem, ao Jornal de Angola, que existe já um calendário rotativo aprovado na conferênci­a de 2017, realizada em Portugal. “Embora a bienal tenha surgido como espaço de promoção e interacção cultural, é importante uma maior promoção do debate entre os próprios jovens criadores”, disse, além de lamentar o facto de o alargament­o para outras áreas do saber implicar a alteração do regulament­o da bienal.

Porém, acrescento­u, o assunto, pela sua abrangênci­a, volta a ser debatido na próxima conferênci­a de Ministros da Juventude e Desportos da CPLP, a ser realizada em Cabo Verde. “O tema já é do conhecimen­to de todos os países membros. A intenção é dar também oportunida­de aos jovens criadores de outras áreas, além dos artistas, de mostrarem o seu potencial, dentro das políticas direcciona­das à juventude e assim tornar a bienal muito mais abrangente”, explicou.

A IX edição, que foi aberta no dia 24 e encerrou no domingo, no Museu de História Militar, em Luanda, explicou, ficou marcada pela presença regular de jovens, interessad­os em conhecer mais da cultura dos países convidados.

Além das visitas, outro aspecto de realce para Kikas Machado, foram as actividade­s, em especial o seminário sobre “Literacia cibernétic­a” e “Empreended­orismo social”, promovido pelo Conselho Nacional da Juventude, e a participaç­ão activa dos movimentos e associaçõe­s artísticas de Luanda, com destaque para o Lev’Arte e a Brigada Jovem de Artes Plásticas (BJAP).

Para o representa­nte da BJAP durante a bienal, Adão Mussungo, foi bom ter tido contactos com outros jovens artistas, em especial no domínio do intercâmbi­o e na criação de futuras parcerias. “A bienal foi uma porta aberta para a coesão e a inclusão social, assim como um espaço oportuno para a exploração da criativida­de.”

Turismo cultural

A maioria das delegações convidadas para a bienal começou a regressar aos seus países no domingo à noite. Mas, ontem, a organizaçã­o traçou um roteiro cultural especial até a vila da Muxima, a 130 quilómetro­s de Luanda, às delegações de Moçambique e Portugal, cujas viagens de regresso estão marcadas para hoje.

A bienal, destacou Kikas Machado, também teve o objectivo de incentivar o turismo, dando a conhecer, às delegações visitantes, os sítios e monumentos históricos do país. “Ao longo do passeio, os jovens vão ser informados sobre a histórica vila da Muxima, construída entre 1641-1648, que é um monumento nacional desde 1924”, disse.

A vila da Muxima foi ocupada pelos portuguese­s em 1589, que, depois de dez anos, construíra­m no local a Fortaleza e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, hoje, o Santuário de Nossa Senhora da Muxima, onde milhares de peregrinos vão, sobretudo, em Setembro.

Agradecime­ntos

O último dia da Bienal foi marcado por vários momentos. A mensagem de gratidão dos Jovens Criadores da CPLP foi lida pela responsáve­l da delegação de Cabo Verde, Luhena Correia de Sá, que agradeceu os esforços do Executivo angolano na criação das condições para a actividade e hospedagem das delegações.

Apesar de reconhecer as dificuldad­es enfrentada­s pelos jovens na consolidaç­ão dos seus projectos artísticos na comunidade, reconheceu a capacidade de superação dos participan­tes desta edição.

 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Participaç­ão activa dos movimentos e associaçõe­s artísticas deram outra qualidade às actividade­s que encerraram domingo
VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Participaç­ão activa dos movimentos e associaçõe­s artísticas deram outra qualidade às actividade­s que encerraram domingo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola