CARTAS DOS LEITORES
Internacionalização do semba
Vivo na cidade do Lubango e sou um grande entusiasta do estilo de música urbana de Angola, que é predominante na zona noroeste do país, abrangendo as províncias de Luanda, Bengo, Cuanza-Norte e Malanje. Escrevo para falar sobre a internacionalização do semba, o estilo de música mais cantado e mais dançado em Angola. Acho que da parte das instituições do Estado devia existir uma política dirigida no sentido de assegurar-lhe as mesmas condições que outros países proporcionaram a estilos como o fado, e o tango, apenas para mencionar estes estilos de música e dança. Espero ver o semba a fazer um percurso que venha, amanhã, a culminar com a transformação do nosso estilo de música e dança em património imaterial da humanidade. Mas para isso, era bom que fossem dados alguns passos já agora para a internacionalização do semba. Não sei como, mas julgo que alguma coisa devia ser feita em defesa do semba, sem prejuízo para a atenção que os outros estilos devem merecer. Os nossos cantores são os nossos principais “embaixadores” nesta empreitada para a internacionalização do nosso semba, razão pela qual urge continuar a apoiálos na carreira, espectáculos em defesa do semba. Como cantaram Paulo Flores e Carlos Burity “o semba é nossa bandeira” e pode ser ponto de partida para “vender” a imagem de Angola. Para terminar, gostaria de lançar esse repto aos Ministérios da Cultura, e da Hotelaria e outras instituições que actuam na área que permite ajudar a falar bem em termos de estilos musicais.
Cobrança de água
Escrevo para abordar a maka da cobrança por estimativas ao consumo de água e energia, uma realidade que complica e vai complicar muito mais quando se sabe que as tarifas vão subir, como se diz. Espero que o Ministério da Energia e Águas melhore neste aspecto porque está a ficar muito complicado estar a pagar por estimativa. Na verdade, essa preocupação não é apenas minha enquanto consumidor porque, contrariamente à ideia de que estou apenas a ver a minha parte, quero também acautelar que o Estado não perca.
Não podemos continuar com o actual estado de coisas em que, como sói dizer-se por aí, o Estado finge que está a proporcionar os bens e serviços e os consumidores fingem que estão a pagar. Não podemos continuar pelas meias, ou seja, como actual círculo vicioso em que se reclama que se não paga o devido e ajustado porque o serviço prestado nunca é completo na sua plenitude. Há dias em que falta água, embora com a energia, para uma boa parte dos bairros de Luanda,não sucede o mesmo, facto que também acaba por complicar quem pretende cobrar da mesma maneira a quem pretende pagar. Urge trabalhar para que os serviços de fornecimento de água e de energia sejam melhorados, em quantidade e qualidade, para que as cobranças sejam dignas e justas no preço e exigências. Presumo que estejam a trabalhar para se reduzir as perdas que resultam deste estado de coisas para passarmos a pagar por um valor justo e conforme o consumo e que nos seja cobrado o que realmente consumimos.