Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- PEDRO GOUVEIA Lubango SEBASTIÃO DE OLIVEIRA Cacuaco

Internacio­nalização do semba

Vivo na cidade do Lubango e sou um grande entusiasta do estilo de música urbana de Angola, que é predominan­te na zona noroeste do país, abrangendo as províncias de Luanda, Bengo, Cuanza-Norte e Malanje. Escrevo para falar sobre a internacio­nalização do semba, o estilo de música mais cantado e mais dançado em Angola. Acho que da parte das instituiçõ­es do Estado devia existir uma política dirigida no sentido de assegurar-lhe as mesmas condições que outros países proporcion­aram a estilos como o fado, e o tango, apenas para mencionar estes estilos de música e dança. Espero ver o semba a fazer um percurso que venha, amanhã, a culminar com a transforma­ção do nosso estilo de música e dança em património imaterial da humanidade. Mas para isso, era bom que fossem dados alguns passos já agora para a internacio­nalização do semba. Não sei como, mas julgo que alguma coisa devia ser feita em defesa do semba, sem prejuízo para a atenção que os outros estilos devem merecer. Os nossos cantores são os nossos principais “embaixador­es” nesta empreitada para a internacio­nalização do nosso semba, razão pela qual urge continuar a apoiálos na carreira, espectácul­os em defesa do semba. Como cantaram Paulo Flores e Carlos Burity “o semba é nossa bandeira” e pode ser ponto de partida para “vender” a imagem de Angola. Para terminar, gostaria de lançar esse repto aos Ministério­s da Cultura, e da Hotelaria e outras instituiçõ­es que actuam na área que permite ajudar a falar bem em termos de estilos musicais.

Cobrança de água

Escrevo para abordar a maka da cobrança por estimativa­s ao consumo de água e energia, uma realidade que complica e vai complicar muito mais quando se sabe que as tarifas vão subir, como se diz. Espero que o Ministério da Energia e Águas melhore neste aspecto porque está a ficar muito complicado estar a pagar por estimativa. Na verdade, essa preocupaçã­o não é apenas minha enquanto consumidor porque, contrariam­ente à ideia de que estou apenas a ver a minha parte, quero também acautelar que o Estado não perca.

Não podemos continuar com o actual estado de coisas em que, como sói dizer-se por aí, o Estado finge que está a proporcion­ar os bens e serviços e os consumidor­es fingem que estão a pagar. Não podemos continuar pelas meias, ou seja, como actual círculo vicioso em que se reclama que se não paga o devido e ajustado porque o serviço prestado nunca é completo na sua plenitude. Há dias em que falta água, embora com a energia, para uma boa parte dos bairros de Luanda,não sucede o mesmo, facto que também acaba por complicar quem pretende cobrar da mesma maneira a quem pretende pagar. Urge trabalhar para que os serviços de fornecimen­to de água e de energia sejam melhorados, em quantidade e qualidade, para que as cobranças sejam dignas e justas no preço e exigências. Presumo que estejam a trabalhar para se reduzir as perdas que resultam deste estado de coisas para passarmos a pagar por um valor justo e conforme o consumo e que nos seja cobrado o que realmente consumimos.

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