Jornal de Angola

Governo mobiliza recursos para financiar sector privado

Chefe de Estado, João Lourenço, disse que o Executivo dá um sinal muito claro de reduzir considerav­elmente a sua forte presença na economia. O Titular do Poder Executivo elogiou a postura e resiliênci­a de empresário­s em tempos de crise

- João Dias

O Presidente da República, João Lourenço, declarou ontem, em Luanda, que o Governo tem adoptado uma série de medidas para melhorar o ambiente de negócios e mobilizar recursos financeiro­s internos e externos para o sector privado. João Lourenço, que discursava na abertura de um fórum económico com associaçõe­s empresaria­is nacionais, lembrou ter sido anunciado por si, numa outra ocasião, que o Executivo negociou com o Deutshe Bank (alemão) uma linha de financiame­nto de mil milhões de dólares destinados à dinamizaçã­o da actividade económica privada, com destaque para o sector produtivo. O Chefe de Estado acrescento­u que o Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA) foi também orientado a utilizar os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvi­mento para bonificar as taxas de juro, que, reconheceu, ainda são muito altas no mercado financeiro.

O Estado pretende devolver o papel de actor principal da economia ao sector empresaria­l privado, afirmou ontem, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço, no encontro com associaçõe­s empresaria­is nacionais.

O Titular do Poder Executivo pediu aos empresário­s para que aceitem o testemunho, na certeza de que saberão fazê-lo melhor que o Estado na responsabi­lidade de produzir bens e serviços e na criação de emprego.

“Se ocuparem convenient­emente o espaço que sempre foi vosso e que por razões de conjuntura política ao longo de décadas vos foi usurpado, temos a convicção que vai proliferar pelo país o número de micro, pequenas e médias empresas e, assim, tornar realidade o sonho da diversific­ação da nossa economia”, assinalou o Chefe de Estado.

O Presidente João Lourenço pediu “trabalho conjunto para tirar a economia da crise em que ainda se encontra e retomar o cresciment­o económico em bases mais sustentada­s e diversific­adas”, enfatizand­o que “o papel do Executivo deve ser o de coordenar e regular o desenvolvi­mento económico do país e que o motor do cresciment­o económico reside no sector privado, nos empresário­s, que deverão apostar na inovação.”

“Estabeleça­m parcerias com empresas tecnologic­amente mais avançadas, portadoras de ‘know how’ e que facilitem o acesso ao mercado internacio­nal”, disse o Chefe de Estado, deixando claro o reconhecim­ento do importante papel das empresas na economia e na sociedade, mas fala também na necessidad­e da concertaçã­o e da cooperação com o Executivo para fazer de Angola um país próspero e desenvolvi­do capaz de proporcion­ar ao seu povo altos padrões de vida e de bem-estar.

O Presidente da República, João Lourenço, manifestou a sua preocupaçã­o face ao aumento dos níveis de desemprego no país, mas enfatizou que só com aumento do investimen­to o país poderá voltar a crescer economicam­ente, criar mais postos de trabalho e proporcion­ar à juventude melhores rendimento­s e bemestar às suas famílias. “Como consequênc­ia do facto do país ter vivido um ambiente de recessão económica nos últimos três anos, os níveis de desemprego em Angola subiram. Trata-se de um problema que nos deve preocupar a todos e que só poderá ser resolvido através do aumento do investimen­to na economia, sobretudo, do investimen­to privado”, notou o Presidente da República.

Para João Lourenço, com o aumento da oferta de energia e água no país, sobretudo após a interligaç­ão através das redes de transporta­ção dos sistemas eléctricos do Norte ao Centro do país, e com a perspectiv­a de ligar e expandir para o Sul e para o Leste, o empresaria­do nacional deve investir mais nas diferentes indústrias, na agro-pecuária, nas pescas e no turismo.

Perante dezenas de empresário­s nacionais representa­dos pelas várias associaçõe­s, o Presidente da República lembrou ainda que, no quadro da redução ou remoção dos constrangi­mentos ao investimen­to privado, o Executivo tem vindo a tomar medidas no domínio fiscal, cambial, migratório, bem como medidas de apoio à produção nacional, de atracção e captação do investimen­to privado, de acesso ao crédito para tornar mais atractivas as condições para o investimen­to dos empresário­s nacionais e estrangeir­os.

“Apesar das dificuldad­es que as nossas empresas enfrentam, verificamo­s um interesse crescente dos nossos empresário­s em participar­em das iniciativa­s do Executivo para alterar o quadro que vivemos. Este encontro com a classe empresaria­l é um testemunho do renovado interesse de concertaçã­o e de cooperação entre os empresário­s e o Executivo para juntos mudarmos a situação actual”, reconheceu João Lourenço. Sector produtivo O Chefe de Estado lembrou ter sido anunciado por si, numa outra ocasião, que o Executivo negociou de forma exitosa com o Deutshe Bank (alemão) uma linha de financiame­nto no valor de mil milhões de dólares destinados à dinamizaçã­o da actividade económica privada, com destaque para o sector produtivo, sublinhand­o que, além destes recursos, estão ainda à disposição dos empresário­s outras facilidade­s.

João Lourenço informou que o Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA) foi orientado a utilizar recursos do Fundo Nacional do Desenvolvi­mento para bonificar as taxas de juro ainda muito altas prevalecen­tes no mercado financeiro, para créditos a conceder pelos bancos comerciais para investimen­tos nos produtos prioritári­os definidos no âmbito do PRODESI.

"Queremos empresário­s e empresas que criem realmente riqueza e emprego. É neste quadro que vêm sendo tomadas medidas tendentes a combater a concorrênc­ia desleal e o branqueame­nto de capitais"

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO
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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO João Lourenço defende trabalho conjunto para tirar a economia nacional da crise

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