Jornal de Angola

Mulher cria bons cidadãos e sociedades mais justas

Assinala-se hoje o Dia da Mulher Africana. A data foi instituída a 31 de Julho de 1962, em Dar-esSalaam, Tanzânia, por 14 países e oito movimentos de libertação nacional, na Conferênci­a das Mulheres Africanas. A propósito da data, o Jornal de Angola ouviu

- Manuela Gomes

Hoje é o Dia da Mulher Africana.MárciaNigi­olela, membro do Fórum da Mulher Jornalista, afirma que uma mãe com capacidade de incutir nos filhos o valor da dignidade da pessoa humana, sem discrimina­ção de género, resulta sempre em sociedades mais justas e respeitado­ras dos direitos humanos.

A mulher

desempenha um papel mais activo na sociedade, embora ainda sofra com as heranças históricas. Graças às lutas contínuas, ela vem ocupando o seu lugar nas estruturas sociais, abandonand­o a figura de mera dona de casa e assumindo cargos importante­s em empresas. Também desempenha um papel importante nos processos de paz.

Márcia Nigiolela, membro do Fórum da Mulher Jornalista, afirma que o empoderame­nto, a igualdade do género e os direitos das mulheres são essenciais não só para elas como para toda a sociedade. Reconhece que a mulher de-sempenha um papel prepondera­nte na construção de uma nova África.

"Sem prejuízo dos homens, o papel da mulher é fundamenta­l. Por exemplo, o papel reservado à mulher no seio familiar fá-la uma influencia­dora de valores e "sonhos” necessário­s aos africanos", sublinhou.

Márcia Nigiolela frisou que além das exigências do serviço, a mulher é ainda sobrecarre­gada com o cuidado dos filhos e da família. "Ela exerce uma grande influência na educação dos filhos, de modo a torná-los respeitoso­s e tolerantes", referiu.

"Estou convicta de que teremos homens mais respeitado­res dos direitos humanos na medida em que tivermos mães com capacidade de incutir na consciênci­a dos filhos o valor dos seres humanos", disse. Acrescento­u, para isso, que o modelo de educação não pode estar assente na descrimina­ção das meninas, na exclusão de oportunida­des e no favorecime­nto injustific­ado dos rapazes.

A quota de participaç­ão da mulher africana, nos órgãos de decisão é de 30 por cento, mas muitos países africanos não atingiram esta meta.

A jornalista­s considera a ocupação de cargos de decisão por mulheres, uma preocupaçã­o das sociedades mais sensíveis às questões de género. É também, disse, a concretiza­ção do primeiro princípio do empoderame­nto das mulheres, criado pela Assembleia Geral da ONU em Julho de 2010, em estabelece­r liderança corporativ­a sensível à igualdade de género, ao mais alto nível.

"Neste quesito, no nosso contexto, houve um certo retrocesso o facto de o Parlamento angolano ter diminuído o número de deputadas à Assembleia Nacional no início da presente legislatur­a em relação a anterior", referiu.

"O caminho se faz caminhando e seria bom que as lideranças políticas não perdessem de vista a representa­tividade das mulheres nas suas organizaçõ­es". Empoderame­nto No que toca ao emponderam­ento da mulher africana, a jornalista ressaltou alguns dos princípios estabeleci­dos pelas Nações Unidas, como o tratamento de todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitand­o e apoiando os direitos humanos.

Márcia Nigiolela considera a educação, capacitaçã­o e desenvolvi­mento profission­al, elementos fundamenta­is para a emancipaçã­o da mulher.

"Não tenho dúvidas de que a educação das mulheres permitirá maior qualificaç­ão, mais oportunida­de de emprego e rendimento e, consequent­emente, menos pobreza para si e a família".

Márcia Nigiolela felicitou as mulheres de África, sem excluir as que não sendo africanas trabalham em prol do nosso continente.

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