Primeiro-Ministro admite adesão à OTAN
O Primeiro-Ministro caboverdiano, Ulisses Correia e Silva, admitiu ontem a possibilidade de Cabo Verde pedir a sua integração na OTAN, tendo em conta a necessidade de parcerias para reduzir vulnerabilidades e face à localização geoestratégica do arquipélago.
A posição foi assumida por Ulisses Correia e Silva em entrevista à agência Lusa, na cidade da Praia, na véspera do debate anual sobre o estado da Nação, que se realiza hoje na Assembleia Nacional.
“A OTAN podia ser uma perspectiva. Estamos numa construção que tem este triângulo: Estados da América, Cabo Verde e Europa. A questão de segurança é fulcral, não é que seja uma ameaça hoje, mas temos de trabalhar numa perspectiva de futuro, não só para reduzir as vulnerabilidades do país, mas para podermos aumentar a nossa utilidade no ponto onde nos situamos”, afirmou o Primeiro-Ministro.
De acordo com dados do Governo, Cabo Verde aguarda uma decisão da ONU sobre o projecto de extensão da plataforma territorial das 200 milhas náuticas (370 quilómetros) actuais(ZonaEconómicaExclusiva) para um máximo de 350 milhas náuticas (650).
Sem meios suficientes para garantir essa proteção, Ulisses Correia e Silva disse que a solução é ter “boas parcerias. Nós estamos a trabalhar, quer na perspectiva com os Estados Unidos da América quer na Europa, no sentido de podermos ter essa utilidade e podermos beneficiar”, afirmou.
Cabo Verde integra a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), posição que, para Ulisses Correia e Silva, é “potenciada” por o país “funcionar como plataforma de tudo o que são relações de investimentos.
Atentado
O Governo cabo-verdiano repudiou o atentado ao presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, considerando que o “acto ignóbil” em nada representa a imagem do país e apelou à serenidade.