Jornal de Angola

Exportaçõe­s de petróleo registaram incremento

- Natacha Roberto|

As companhias internacio­nais que operam em Angola exportaram, no segundo trimestre do ano em curso, 121,8 milhões de barris ( um incremento de 65,4 mil barris em relação ao primeiro trimestre) ao preço médio de 69,5 dólares, o que resultou numa facturação de 8,5 mil milhões de dólares.

O director Nacional de Mercados e Promoção da Comerciali­zação, Gaspar Sermão, que ontem prestou a informação à imprensa, disse, no entanto, que em relação a igual período do ano passado houve uma redução de 7,2 milhões de barris de petróleo.

Gaspar Sermão, informou que a procura pelas ramas angolanas manteve a tendência crescente observada no último mês do trimestre anterior, marcado por uma procura firme a partir de refinadore­s asiáticos bem como de compradore­s da Europa e EUA.

As ramas angolanas têm sido a solução para substituir os fornecimen­tos provenient­es da Venezuela e do Irão, que viram as suas exportaçõe­s reduzidas devido às sanções aplicadas pelos EUA. As exportaçõe­s da Rússia durante o segundo trimestre foram afectadas pela contaminaç­ão do seu oleoduto de Druzhba, que abastece alguns países da Europa e que obrigou a Polónia, a Alemanha e a Eslováquia a suspender as importaçõe­s de petróleo bruto.

Gaspar Sermão explicou também que a reduzida diferença entre as referência­s Brent e Dubai facilitou o fluxo de carregamen­tos angolanos para o mercado asiático.

Também os refinadore­s dos EUA tiveram uma grande influência no valor das ramas angolanas, com destaque para Maio, uma vez que a sua presença no início do ciclo de vendas (ao comprar carregamen­tos de ramas pesadas para substituir os carregamen­tos da Venezuela) deu suporte à tendência crescente dos preços devido à escassez de fornecimen­to registada a partir do Irão.

Evolução dos preços

A Sonangol registou uma produção de 47.660.837 de barris de petróleo no segundo trimestre de 2019, o que resultou numa facturação mais de três mil milhões de dólares ao preço médio de 69,583 dólares por barril, um valor superior ao primeiro trimestre de 2019 onde a produção atingiu os 45.125.833 para uma facturação de 2.827.159.281 dólares.

O director Nacional de Mercados e Promoção da Comerciali­zação, Gaspar Sermão, adiantou que os cortes liderados pela Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP) e as sanções dos EUA contra o Irão e a Venezuela contribuír­am em grande medida para o aumento das exportaçõe­s angolanas.

No entanto, o inesperado cresciment­o das reservas americanas e as expectativ­as sobre uma prolongada guerra comercial entre os EUA e a China podem reduzir a procura nos próximos meses. “A China deu sinais de prontidão na guerra comercial com os EUA e demonstra confiança na resolução dos diferendos comerciais entre os dois países”, apontou Gaspar Sermão.

Em relação aos principais destinos das exportaçõe­s de petróleo bruto angolano, a China e a Índia representa­m 69 e 10 por cento do total e a Espanha e Itália 3,80 e 3,72 respectiva­mente.

Uma conferênci­a e exposição internacio­nal com o lema “Investir e diversific­ar para desbloquea­r o potencial do sector mineiro angolano”, promovida pela empresa AME Trade Limitada, do Reino Unido, com apoio do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleo, realiza-se nos dias 20 e 21 de Novembro de 2019 no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.

O evento visa atrair investimen­to nacional e estrangeir­o e promover a visão do Governo de Angola sobre o sector mineiro e a sua economia. A iniciativa serve de plataforma para que Angola atraia parceiros para a etapa de prospecção ou exploração de minerais, promoção de projectos em toda a cadeia de produção mineral e apresentaç­ão de novas prioridade­s de investimen­to neste sector.

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DR Preço médio do barril situou-se nos 69,5 dólares américanos

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