Exportações de petróleo registaram incremento
As companhias internacionais que operam em Angola exportaram, no segundo trimestre do ano em curso, 121,8 milhões de barris ( um incremento de 65,4 mil barris em relação ao primeiro trimestre) ao preço médio de 69,5 dólares, o que resultou numa facturação de 8,5 mil milhões de dólares.
O director Nacional de Mercados e Promoção da Comercialização, Gaspar Sermão, que ontem prestou a informação à imprensa, disse, no entanto, que em relação a igual período do ano passado houve uma redução de 7,2 milhões de barris de petróleo.
Gaspar Sermão, informou que a procura pelas ramas angolanas manteve a tendência crescente observada no último mês do trimestre anterior, marcado por uma procura firme a partir de refinadores asiáticos bem como de compradores da Europa e EUA.
As ramas angolanas têm sido a solução para substituir os fornecimentos provenientes da Venezuela e do Irão, que viram as suas exportações reduzidas devido às sanções aplicadas pelos EUA. As exportações da Rússia durante o segundo trimestre foram afectadas pela contaminação do seu oleoduto de Druzhba, que abastece alguns países da Europa e que obrigou a Polónia, a Alemanha e a Eslováquia a suspender as importações de petróleo bruto.
Gaspar Sermão explicou também que a reduzida diferença entre as referências Brent e Dubai facilitou o fluxo de carregamentos angolanos para o mercado asiático.
Também os refinadores dos EUA tiveram uma grande influência no valor das ramas angolanas, com destaque para Maio, uma vez que a sua presença no início do ciclo de vendas (ao comprar carregamentos de ramas pesadas para substituir os carregamentos da Venezuela) deu suporte à tendência crescente dos preços devido à escassez de fornecimento registada a partir do Irão.
Evolução dos preços
A Sonangol registou uma produção de 47.660.837 de barris de petróleo no segundo trimestre de 2019, o que resultou numa facturação mais de três mil milhões de dólares ao preço médio de 69,583 dólares por barril, um valor superior ao primeiro trimestre de 2019 onde a produção atingiu os 45.125.833 para uma facturação de 2.827.159.281 dólares.
O director Nacional de Mercados e Promoção da Comercialização, Gaspar Sermão, adiantou que os cortes liderados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e as sanções dos EUA contra o Irão e a Venezuela contribuíram em grande medida para o aumento das exportações angolanas.
No entanto, o inesperado crescimento das reservas americanas e as expectativas sobre uma prolongada guerra comercial entre os EUA e a China podem reduzir a procura nos próximos meses. “A China deu sinais de prontidão na guerra comercial com os EUA e demonstra confiança na resolução dos diferendos comerciais entre os dois países”, apontou Gaspar Sermão.
Em relação aos principais destinos das exportações de petróleo bruto angolano, a China e a Índia representam 69 e 10 por cento do total e a Espanha e Itália 3,80 e 3,72 respectivamente.
Uma conferência e exposição internacional com o lema “Investir e diversificar para desbloquear o potencial do sector mineiro angolano”, promovida pela empresa AME Trade Limitada, do Reino Unido, com apoio do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleo, realiza-se nos dias 20 e 21 de Novembro de 2019 no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.
O evento visa atrair investimento nacional e estrangeiro e promover a visão do Governo de Angola sobre o sector mineiro e a sua economia. A iniciativa serve de plataforma para que Angola atraia parceiros para a etapa de prospecção ou exploração de minerais, promoção de projectos em toda a cadeia de produção mineral e apresentação de novas prioridades de investimento neste sector.