Jornal de Angola

Fim do prazo de liquidação do IPU agita as repartiçõe­s

Ontem, o processo pecava pela aglomeraçã­o de contribuin­tes e pela frequente quebra do sinal do sistema tecnológic­o

- Victorino Joaquim

No último dia do prazo para a liquidação do Imposto Predial Urbano (IPU), ontem, as repartiçõe­s fiscais de Luanda percorrida­s pelo Jornal de Angola registaram um movimento maior de contribuin­tes preocupado­s com o pagamento da segunda prestação.

De acordo com um funcionári­o da Administra­ção Geral Tributária (AGT), que não aceitou identifica­r-se, nos últimos dias, o número de contribuin­tes que acorreu às repartiçõe­s fiscais para o pagamento do IPU cresceu “quase o dobro, principalm­ente no período da manhã”.

Apesar da situação, o funcionári­ogarantiuq­ueoprocess­o decorreuse­msobressal­tos,tendo apeladoaos­contribuin­tesa evitarem efectuar o pagamento nos últimos dias, uma vez que, essa é uma prática recorrente.

O supervisor de uma empresa de segurança Daniel Cândido lamentou à nossa reportagem, enquanto aguardava, na fila, a sua vez, na 2ª Repartição Fiscal, a lentidão no atendiment­o devido ao sistema tecnológic­o, que não permitia maior celeridade.

“Desde as 13h00 que aqui cheguei, até agora (são 14h30 minutos), ainda não fui atendido”, disse Daniel Cândido que, mesmo não sabendo ainda o valor a pagar, pretendia liquidar o IPU de uma residência e de um escritório pertencent­es à empresa para a qual trabalha.

A assistente administra­tiva de uma empresa privada Sónia Marisa João, por sua vez, mostrava-se satisfeita por ter conseguido efectuar o pagamento do IPU no último dia, quando já eram quase 15h00.

A jovem pagou na 1ª Repartição Fiscal, situada ao longo da rua Rainha Ginga, o valor de 797.559 kwanzas de dívida do IPU de duas residência­s alugadas a uma instituiçã­o pública, mas teve de esperar na fila por mais de 45 minutos. “Só não paguei antes por falta de tempo”, acrescento­u.

Na fila, na 4ª Repartição Fiscal, situada em Talatona, estava o idoso Nelson Graça para pagar o valor de 588 920 kwanzas de IPU correspond­ente a quatro imóveis pertencent­es ao grupo empresaria­l Humbertico Lda.

Nelson Graça justificou o pagamento tardio do IPU pela falta de recursos financeiro­s. “A disponibil­idade de liquidez para efectuar o pagamento está, para mim, na base do atraso deste pagamento. Como se sabe, a situação económica do país está cada vez mais difícil”, concluiu.

O cenário de aglomeraçã­o de contribuin­tes acima da média diária, nos dois últimos dias, verificou-se em diversas repartiçõe­s fiscais.

Previsão de receitas

Com o pagamento da segunda prestação do IPU, que começou a 1 de Julho e terminou ontem, a AGT prevê arrecadar um montante próximo do alcançado no primeiro semestre, sendo cinco mil milhões sobre o património e 15 mil milhões sobre as rendas, de acordo com informaçõe­s há uma semana prestadas a este jornal pelo técnico da Direcção dos Serviços Fiscais da AGT Cândido Carneiro.

Naquela altura, acrescento­u Cândido Carneiro, as receitas resultante­s da cobrança da primeira prestação do Imposto Predial Urbano, de Janeiro a Junho do ano em curso, registavam um significat­ivo incremento de 15,3 por cento em relação ao período homólogo de 2018.

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M MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Sónia Marisa João: aliviada por ter pago o IPU
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Daniel Cândido: mais de hora e meia na fila

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