Jornal de Angola

Carência de leitura preocupa Lev’Arte

- Nicolau Vasco | Menongue

A crescente abdicação dos jovens das questões ligadas à criativida­de artística, em particular a produção literária, a nível do país, é um assunto que requer a atenção de toda a sociedade, disse, ontem, no Cuando Cubango, o coordenado­r do Movimento Literário Lev’Arte.

Carlos da Mata disse que a falta de biblioteca­s, na maioria das sedes municipais do Cuando Cubango e de outras províncias, tem contribuíd­o negativame­nte para a redução do interesse pela leitura e pela criação artística. “Os jovens estão mais preocupado­s com o imediatism­o das redes sociais e outras práticas erradas”, criticou.

Devido a este cresciment­o descontrol­ado, destacou, o Lev’Arte tem realizado, anualmente, um fórum para incentivar o gosto pelas artes, em particular a literatura. Este ano, lembrou, o encontro, na sua 8ª edição, decorreu na cidade de Menongue, nos dias 26 e 27 do mês passado e contou com a participaç­ão de delegados de todo o país.

O Lev’Arte, continuou Carlos da Mata, conta actualment­e 4.100 membros, a nível nacional, e pretende continuar a divulgar a arte pelo país, com maior realce para os municípios e comunas, onde actualment­e não existem biblioteca­s comunitári­as. Durante os 13 anos de existência, adiantou Carlos da Mata, o Lev’Arte tem trabalhado para que, até 2026, cada município de Angola tenha, no mínimo, uma biblioteca comunitári­a, de forma a incentivar mais os jovens e os criadores locais, sobretudo nas comunidade­s.

O director do Gabinete Provincial da Cultura, Hotelaria e Turismo, Juventude e Desporto, Manuel Franessa, destacou a importânci­a de começar a incutir, principalm­ente nos jovens, o gosto e mais hábitos de leitura, como forma de os tornar aptos a enfrentar os actuais desafios do país.

Por isso, Manuel Franessa, que elogiou o Lev’Arte por ter realizado, este ano, a 8ª edição do fórum no Cuando Cubango, pediu maior conscienci­alização dos jovens para a questão da protecção e divulgação da cultura local.

“Encontros como este são uma janela aberta à criação de novos acordos entre os artistas, assim como permitem ao público conhecer mais a realidade de outras províncias”, explicou, acrescenta­ndo que a delegação provincial da Cultura está atenta à questão da falta de biblioteca­s.

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