Carência de leitura preocupa Lev’Arte
A crescente abdicação dos jovens das questões ligadas à criatividade artística, em particular a produção literária, a nível do país, é um assunto que requer a atenção de toda a sociedade, disse, ontem, no Cuando Cubango, o coordenador do Movimento Literário Lev’Arte.
Carlos da Mata disse que a falta de bibliotecas, na maioria das sedes municipais do Cuando Cubango e de outras províncias, tem contribuído negativamente para a redução do interesse pela leitura e pela criação artística. “Os jovens estão mais preocupados com o imediatismo das redes sociais e outras práticas erradas”, criticou.
Devido a este crescimento descontrolado, destacou, o Lev’Arte tem realizado, anualmente, um fórum para incentivar o gosto pelas artes, em particular a literatura. Este ano, lembrou, o encontro, na sua 8ª edição, decorreu na cidade de Menongue, nos dias 26 e 27 do mês passado e contou com a participação de delegados de todo o país.
O Lev’Arte, continuou Carlos da Mata, conta actualmente 4.100 membros, a nível nacional, e pretende continuar a divulgar a arte pelo país, com maior realce para os municípios e comunas, onde actualmente não existem bibliotecas comunitárias. Durante os 13 anos de existência, adiantou Carlos da Mata, o Lev’Arte tem trabalhado para que, até 2026, cada município de Angola tenha, no mínimo, uma biblioteca comunitária, de forma a incentivar mais os jovens e os criadores locais, sobretudo nas comunidades.
O director do Gabinete Provincial da Cultura, Hotelaria e Turismo, Juventude e Desporto, Manuel Franessa, destacou a importância de começar a incutir, principalmente nos jovens, o gosto e mais hábitos de leitura, como forma de os tornar aptos a enfrentar os actuais desafios do país.
Por isso, Manuel Franessa, que elogiou o Lev’Arte por ter realizado, este ano, a 8ª edição do fórum no Cuando Cubango, pediu maior consciencialização dos jovens para a questão da protecção e divulgação da cultura local.
“Encontros como este são uma janela aberta à criação de novos acordos entre os artistas, assim como permitem ao público conhecer mais a realidade de outras províncias”, explicou, acrescentando que a delegação provincial da Cultura está atenta à questão da falta de bibliotecas.