Julgamento de suspeito de assassinar enfermeiras retoma hoje
O julgamento do mecânico Aldair Salazar, acusado de assassinar e enterrar duas enfermeiras, no quintal da sua moradia, no Zango 4, em Setembro de 2018, por terem interrompido a gravidez da sua mulher sem o seu consentimento, vai ser retomado na próxima quinta-feira.
O julgamento, sob a alçada da 17ª Secção do Tribunal Municipal de Viana, vai entrar na quarta audiência, com o prosseguimento da fase de produção de provas do crime que chocou a sociedade.
Uma fonte do Tribunal Municipal de Viana disse, ontem, ao Jornal de Angola que, na próxima audiência, vão ser ouvidos os últimos seis declarantes dos 16 arrolados no processo-crime número 87/E, de 2019.
Depois da audição, vai ser feita uma acareação, a última fase de produção de provas, que antecede às alegações finais, para dar lugar à marcação da data para a leitura da sentença.
O Ministério Público acusa Aldair Salazar, de 35 anos, de ser o autor das mortes de duas enfermeiras, crime praticado depois de as técnicas de saúde terem realizado um aborto na sua mulher. O mecânico nunca concordou com a ideia de interrupção da gravidez, que já estava no quarto mês quando a mulher procurou as duas enfermeiras, por não querer ter o bebé, que seria o primeiro do casal.
Aldair Salazar tomou conhecimento da realização do aborto depois de ter regressado a casa, onde encontrou a mulher com hemorragia e fortes dores. A esposa confirmou a interrupção da gravidez e mencionou os nomes das enfermeiras que fizeram a intervenção.
Inconformado, o mecânico pediu, por via telefónica, às enfermeiras Celiza Santos, 52 anos, e Carlota Garcia, 42, que comparecessem na sua casa, onde foram presumivelmente agredidas com golpes de martelo, desferidos na cabeça até à morte. Os cadáveres foram amarrados e enterrados no quintal da casa do presumível homicida.
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) revelou na época que o suposto homicida terá transportado, horas depois do duplo homicídio, a esposa para uma unidade hospitalar para ser assistida. A mulher fugiu do local.
O presumível homicida terá se apoderado e desmanchado a viatura de uma das vítimas, com o propósito de apagar as provas do crime. Além disso, vendeu as peças da viatura.