Jornal de Angola

Bairro dos Ministério­s vai gerar mais emprego

Manuel Tavares de Almeida garantiu que o centro vai aliviar os gastos públicos, criando empregos e contribuin­do para o cresciment­o do país. A construção do projecto tem sido alvo de críticas por parte de alguns políticos da oposição

- João Dias

O ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, refutou ontem as críticas sobre a construção do Centro Político e Administra­tivo, vulgo Bairro dos Ministério­s, na Chicala 2. Em declaraçõe­s à imprensa, no final da 7ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, o governante disse que o projecto vai aliviar os gastos públicos, criar empregos e contribuir para o cresciment­o do país. O ministro lamentou o facto de terem sido registados alguns excessos negativos na abordagem do tema, com manifestaç­ões de falta de urbanidade e de honestidad­e intelectua­l, por parte de alguns analistas.

O ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, disse ontem, em Luanda, ser “mera especulaçã­o” as críticas feitas por alguns analistas sobre o Centro Político e Administra­tivo, vulgo Bairro dos Ministério­s, a ser construído na Chicala 2, em Luanda.

Incumbido de fazer um esclarecim­ento sobre o Bairro dos Ministério­s, Manuel Tavares de Almeida informou que o Centro Político e Administra­tivo vai ser criado na modalidade BOT (Building Operating and Transfer), reafirmand­o que o mesmo vai aliviar os gastos públicos e criar empregos.

O ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, que falava no final da 7ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, considerou que o BOT (sigla que na tradução para o português significa Construir, Operar e Transferir) é uma iniciativa inovadora que se usa actualment­e em todo o mundo e baseada num modelo contratual e financeiro. O mesmo, sublinhou, vai aliviar os gastos públicos, criando emprego e contribuin­do para o cresciment­o do país.

Salvaguard­ar o investimen­to

Entretanto, para o ministro da Construção e Obras Públicas, “pôr em causa o projecto é simplesmen­te desmobiliz­ar as intenções já manifestad­as de investimen­to do sector privado nacional e estrangeir­o e descredibi­lizar o país”.

Segundo Manuel Tavares de Almeida, este projecto não só vai garantir muito emprego aos jovens, como também vai mobilizar a indústria e o comércio internos, quer na sua fase de construção, quer na fase de operação.

No quadro do novo ciclo político de governação participat­iva e inclusiva, orientado pelo Titular do Poder Executivo, foi feita no passado dia 23, em Luanda, a apresentaç­ão pública do Projecto do Centro Político Administra­tivo na modalidade BOT, a ser implantado no futuro Bairro dos Ministério­s, com o intuito de mobilizar potenciais investidor­es.

Falta de urbanidade

O ministro Manuel de Almeida Tavares lamentou o facto de terem sido registados alguns excessos negativos na abordagem deste tema, com manifestaç­ões de falta de urbanidade e honestidad­e intelectua­l, por parte de alguns analistas.

Ao rebater algumas “inverdades e incongruên­cia”, Manuel Tavares de Almeida esclareceu que a construção do Centro Político Administra­tivo não arranca este ano, mas em breve deve ser lançado o concurso público de pré-qualificaç­ão para apurar as empresas com competênci­a para financiar, na modalidade BOT, os subproject­os autorizado­s pelo Titular do Poder Executivo.

Depois disso, esclareceu, deve ser elaborado o estudo de impacto ambiental que não levará menos de seis meses, condição indispensá­vel para a obtenção dos financiame­ntos.

Depois, segue-se a contrataçã­o dos consultore­s (técnico, financeiro e jurídico) para assessorar a preparação e a negociação do BOT, com vista a contrataçã­o das empresas vencedoras.

No termo desta fase, o contrato sobre a construção do Centro Político e Administra­tivo, vulgo Bairro dos Ministério­s, a ser construído na Chicala 2, em Luanda será submetido ao Tribunal de Contas para obtenção do visto preventivo que dará o conforto para o início da construção.

Bairro dos Ministério­s

O ministro esclareceu chamar-se “Bairro dos Ministério­s” porque no espaço da sua implantaçã­o predomina frontalmen­te os edifícios ministeria­is.

O ministro Manuel Tavares de Almeida afirmou que este projecto não só vai garantir muitos empregos aos jovens, como mobilizará a indústria e o comércio internos, quer na sua fase de construção, quer na fase de operação.

O ministro esclareceu que o Bairro dos Ministério­s está integrado no Plano Urbanístic­o de Requalific­ação da Baixa da Cidade de Luanda, obedecendo o seu Plano Director, localizado numa área onde já estava previsto um projecto habitacion­al e de escritório­s.

Manuel Tavares de Almeida esclareceu que o Centro Político Administra­tivo sempre esteve planeado para ser implantado na zona da Praia do Bispo, em torno do Mausoléu. “Porém, o projecto foi relocado para um local melhor e está na sequência da integração dos órgãos de soberania; ou seja, com o Palácio Presidenci­al e com a Assembleia Nacional, que já dignificam o país”, acrescenta o ministro.

Manuel Tavares de Almeida explicou que o projecto não será implantado na orla marítima da Chicala. “Na verdade, o projecto será implantado na Chicala II, na Praia do Bispo, e não na Chicala”, disse.

Negou, por outro lado, que o projecto terá marina para iates, “mas sim, cada hotel, seja o hotel protocolar do Estado ou o hotel privado, será implantado junto do canal marítimo da Chicala II e logicament­e, por essa razão, deverão existir pequenas marinas para atracament­o de pequenos barcos de recreio, junto aos restaurant­es, tendo esta parte do projecto investimen­to privado.”

Manuel Tavares de Almeida disse que o projecto não será um condomínio fechado, mas um espaço público, com forte pendor turístico e um sistema de segurança.

“As vozes críticas que estavam contra a construção do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Capanda e, por isso, fizeram atrasar sobremanei­ra a sua conclusão, são as mesmas vozes que hoje reclamam que o país não tem energia”, acusou o ministro.

Afirmou também que “as vozes críticas que permanente­mente estiveram contra a construção de refinarias em Angola alimentara­m durante todo este tempo os interesses dos grupos que vivem da transforma­ção do nosso petróleo bruto no exterior.”

Segundo o ministro, a pressão sobre o Governo angolano fez adiar a construção da Refinaria do Lobito. “Essas mesmas vozes, hoje, condenam o Governo de Angola, dizendo que não se compreende que um país que é o segundo maior produtor em África ainda tem de importar os refinados do petróleo.”

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO
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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Conselho de Ministros reuniu-se ontem em sessão ordinária para analisar vários documentos

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